Minha vó era maestra, era professora; e meu vô, quase um inventor. Ela não tinha muitos recursos nas escolas em que dava aula, então ele inventava várias artefatos e joguinhos para que ela pudesse usar nas suas explicações.
Eu gostava de Matemática, sempre gostei. Mas por alguma razão não conseguia entender a tabuada. Bah, ela parecia tão difícil e sem sentido para mim. A vó tinha um bingo "matemático", um dos artefatos que eles criaram para suas aulas, e com ele meu vô me ensinou. De repente, todas as multiplicações ficaram claras, de forma simples e carinhosa. O vô não estudou muito. Quem era criado na colônia tinha outras prioridades, acho que a escola ficava sempre em segundo plano. Mas ele tinha uma sabedoria toda especial.
Essas lembranças voltam às vezes, de maneira inesperada. Uma das melhores criações de Deus, os avós.
A caixinha da foto foi minha invenção, encomenda da minha mãe. E a produção artesanal de hoje foi risoto de abobrinha. Comemos pela primeira vez risoto de abobrinha na casa do meu primo, em São Paulo, que cozinha muito bem. Foi na casa dele que conheci shimeji, que tem uma aparência bem feia mas é uma delícia.
De qualquer forma, hoje fiz uma versão do risoto dele, porém com mais ingredientes: alho poró, cenoura, palmito, tomate, mussarela de búfala, manjericão... Hum, vários cheirinhos bons.
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