terça-feira, 26 de novembro de 2013

The perks of being a wallflower

Estou lendo As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky. Estou lendo uma edição inglês, cujo nome é sonoramente bonito: The perks of being a wallflower. Estava lendo, na verdade, porque hoje terminei o livro. Vários trechos dele me fizeram pensar muito, mas como minha memória é volátil, quero escrever uma parte particularmente bonita que li hoje. Vou escrever em inglês e depois farei minha "livre tradução" (adoro essa expressão).

"So, I guess we are who we are for a lot of reasons. And maybe we'll never know most of them. But even if we don't have the power to choose where we come from, we can still choose where we go from there. We can still do things. And we can try to feel okay about them."

"Bom, acho que nós somos quem somos por várias razões. E talvez nós nunca saibamos a maioria delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher de onde viemos, ainda podemos escolher para onde vamos a partir daí. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar nos sentir bem a respeito delas."

Fiquei pensando nisso. Não é nada extraordinário, é claro. Um tanto óbvio até. Mas a gente com frequência não tenta se sentir bem com as escolhas feitas. Às vezes é mais cômodo se deixar levar pelos percalços que a vida nos oferece do que pensar no que faz bem, no simples que traga algo bom. Nem estou pensando em decisões fenomenais, mas sim naquelas pequenas, do cotidiano.

Quando eu era criança queria ser uma sereia. Um dia fiz uma simpatia com minhas primas, aquelas bem toscas, fazer um pedido e passar um papel com determinado texto para não sei quantas pessoas para realizá-lo, e o que pedi foi para virar uma sereia. Na minha ingenuidade infantil parei para pensar e, oh Meu Deus, não quero ser uma sereia de verdade, não quero ficar longe de casa, das pessoas queridas, da minha cenoura de pelúcia (sim, bizarramente, embora eu não coma cenoura, tenho uma de pelúcia que o vô me deu há 24 anos). Obviamente não virei uma sereia, mas o que eu penso é que há tanto de bom, de feliz, de brilhante, embora extremamente simples, que é ignorado até a perspectiva de não estar mais lá. Quer algo que muda o meu dia de verdade? (Perdoem-me pelo momento livro de auto ajuda.) Alguém que não conheço, ou que não espero que vá fazer isso, me desejar um bom dia de verdade, com sentimento. Bah, adoro, saio rindo que nem uma panotcha pra todo lado.

Enfim, sou o que sou por um conjunto de mil fatores aparentemente banais, de cotidianos, gostos, cheiros e conversas. Sou as músicas que ouvi, os livros que li, os filmes que assisti, os caminhos que tomei. Sou o que minha família me ensinou e o carinho que ela me deu, o que aprendi com meus amigos, o que teimei e quebrei a cara, sou tudo o que chorei e o que me deu dor de barriga de tanto rir. Minhas viagens, minhas mudanças, meus estudos, meus trabalhos. E muito mais do que tudo isso, tudo o que também não sei.

Para ilustrar minha imensa reflexão mostro meus mais recentes trabalhinhos, que foram encomendados para virarem o presente de Natal de alguém. That's all folks!

Foto: trabalhinhos de Beatriz Trentin Speich

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