sábado, 31 de março de 2012

Sobre comida e sentimento


Comida é algo muito pessoal para o gringo. Conversando com minhas amigas sobre massas, polentas, queijos e galetos hoje cheguei mais uma vez a esta conclusão. Uma delas até descreveu com tamanho entusiasmo a consistência do sagu da vó. Sem contar na conversa ontem com meus colegas sobre a maneira como cada vó faz tortéi, como se faz figada na casa de cada um, a comparação de receitas para o brodo da sopa de agnoline. A comida para o gringo não é só comida: são recordações queridas, são memórias doces dos avós, das colônias de familiares, de valores fundamentais. O chá de ervinhas da horta para melhorar da gripe. O pão feito no forno de pedra, no fundo do lote. A comida para o gringo é sentimento. Os temperos de cada família, o modo como cada um faz o molho de tomate. A comida para o gringo vai muito além da mesa repleta de conversa, risos e som. A comida para nós têm alma, leva carinho, constrói histórias.

Embora não seja comida de gringo, hoje posto uma receita de cookie que até já coloquei no blog há um tempo atrás. Mas dessa vez recheio a receita com fotos!

Ingredientes: 55 gramas de manteiga, 3/4 de xícara de farinha peneirada, 1/2 xícara de açúcar (usei o demerara), 01 ovo, 1/2 colher de chá de fermente, 01 colher de chá de essência de baunilha, 180 gramas de chocolate meio amargo picado.



Bom, a receita é bem fácil e terapêutica: misture todos os ingredientes com as mãos. Quando a massa estiver homogênea, faça bolinhas e distribua numa fôrma untada com farinha e manteiga ou com tapetinho anti aderente.



Leve ao forno pré aquecido a 180ºC por cerca de 10 a 20 minutos (atenção porque o tempo muda bastante conforme o forno). That's all folks!

PS: Os créditos das fotos enquanto eu estava com as mãos literalmente na massa são de minha mama.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Simplicidade



Cada vez valorizo mais a gentileza e o carinho. Em um mundo ficando progressivamente mais duro e hostil, onde se valoriza muitas vezes somente a aparência e o glamour, um almoço feliz e com pessoas queridas como o que tive hoje tem um significado imenso. 


Nada é tão especial na minha opinião quanto as pessoas e a diferença que elas fazem em nossas vidas. Suas histórias, suas feridas, suas alegrias, o que elas dividem conosco. O fato delas se darem o trabalho de compartilhar, de oferecer, de estarem presentes. A gentileza, a calma, a sensibilidade. Um abraço apertado, uma palavra doce. Nada tem tanto valor. Publico hoje um texto de Leila Ferreira que fala mais ou menos sobre isto para encerrar a semana de forma leve. That's all folks. 


Se eu tivesse que escolher uma palavra
- apenas uma -
para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, 
essa palavra seria um verbo de quatro sílabas:
descomplicar. 
Depois de infinitas (e imensas) conquistas, 
acho que está passando da hora de aprendermos 
a viver com mais leveza: 
exigir menos dos outros e de nós próprias, 
cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, 
olhar menos para o espelho.

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão
falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

 Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial 
da mulher moderna. 
Amizade, por exemplo. 
Acostumadas a concentrar nossos
sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas,
acabamos deixando as amigas em segundo plano. 

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher
quanto a convivência com as amigas.
Ir ao cinema com elas 
(que gostam dos mesmos filmes que a gente), 
sair sem ter hora para voltar, 
          e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes
- isso, sim, faz bem para a pele.

Para a alma, então, nem se fala. 

Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, 
prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez
(desligue o celular, se for preciso) 
e desfrute os prazeres que só uma
boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário
duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: 
pausa e silêncio.

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, 
três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia
- não importa -
e a ficar em silêncio. 

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir,
contar até 100 antes de uma decisão importante,
entender melhor os próprios sentimentos, 
reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. 
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão 
de uma mulher mal-humorada. 
Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas 
do nosso dia a dia. 
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora,
preste atenção na conversa de duas crianças,
marque um encontro com aquela amiga engraçada 
- faça qualquer coisa, mas ria.
O riso nos salva de nós mesmas,
cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: 
mulheres que falam em regime o tempo
todo costumam ser péssimas companhias. 

Deixe para discutir carboidratos
e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista.. 
Nas mesas de restaurantes, nem pensar. 

Se for para ficar contando calorias,
descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa
do companheiro de mesa com reprovação e inveja, 
melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface
e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão?
Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que,
essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: 
gentileza.

Ter classe não é usar roupas de grife: 
é ser delicada. 
Saber se comportar
é infinitamente mais importante do que saber se vestir. 

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido:
aprenda a se colocar no lugar do outro, 
e trate-o como você gostaria de ser tratada,
seja no trânsito, na fila do banco, 
na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado,
na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser
indissociáveis da vida:
sonhar e recomeçar. 

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia,
o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, 
aquele homem que um dia (quem sabe?)
ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Brad Pitt ...
sonhar é quase fazer acontecer.
Sonhe até que aconteça.. 

E recomece, sempre que for preciso:
seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. 
A vida nos dá um espaço de manobra:
use-o para reinventar a si mesma.

E, por último 
(agora, sim, encerrando), 
risque do seu Aurélio a palavra perfeição.

O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades,
inseguranças, limites.

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, 
a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, 
a esposa nota mil. 

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, 
rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, 
bumbum que encara qualquer biquíni. 
Mulheres reais são mulheres imperfeitas.
E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.
Viver não é 
(e nunca foi)
fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem 
(e a busca da perfeição pesa toneladas), 
a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.

Leila Ferreira 

quarta-feira, 28 de março de 2012

Por menos doenças e mais sopas


O friozinho chegou e com ele a minha vontade de tomar sopa. Na verdade ela sempre está presente, adoro sopa, mas quando começa a esfriar ela se intensifica. Ontem preparei para a janta de hoje sopa de abóbora, que mostrei aqui. Dessa vez nem usei a batata, somente cenoura e abóbora. E os temperos são da horta!

Penso que se todos fizessem mais sopinhas de abóbora, menos pessoas ficariam tristes e doentes. O preparo é simples, zen e a cozinha fica toda cheirosa. Uma refeição fácil que aquece a barriga e a alma! 

domingo, 25 de março de 2012

Would you like a slice of pizza?

Já contei aqui que quando eu era criança, um dos momentos mais felizes aqui em casa era sexta feira à noite, porque era noite de pizza e filme. Não consigo descrever o quanto adorava às noites de sexta feira.

Ontem foi um sábado de pizza e filme. O filme foi o fofíssimo Muppets (tirando a troca do nome Caco por Kermit, todo o resto é uma coisa mais amada) e a pizza foi feita pela mama. Massa integral, molho de tomate (altamente recomendável para efeitos terapêuticos - poucas coisas me deixam tão zen quanto preparar um molho de tomate), mussarela de búfala, metade com peito de peru e a outra metade margherita. Just perfect and delicious.

Bom, para quem não lembra como é o molho, aqui vai: refogue a cebola com um pouquinho de azeite. Acrescente tomate picado ou triturado, uma ou duas colheres de extrato de tomate (aqui em casa usamos o orgânico), talvez uns temperinhos verdes. Um pouco de água. Basicamente é isso.

Montagem de uma metade: molho de tomate, peito de peru, mussarela de búfala e orégano. Montagem da outra metade: molho de tomate, mussarela de búfala, tomate, manjericão e orégano. Alguns minutos no forno pré aquecido e that's it! Simples e delicioso, como tudo na vida deveria ser! Enjoy!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Hello! How is your day?


Conversava hoje à noite com minha mãe sobre pessoas que fazem coisas muito muito idiotas com um tempo precioso, que poderiam gastar em algo feliz ou saboroso. Cultivar ódio, raiva ou mágoa é somente desperdiçar tempo em sentimentos que fazem mal para nós, e praticamente não afetam a quem ou ao quê são dirigidos. Já passei tantos momentos revoltada com situações erradas ou com atitudes que julguei incorretas, mas a revolta não mudou nada. Podemos agir por nós, podemos buscar algo bom, podemos tentar transformar, mas dificilmente qualquer melhoria virá de sentimentos ruins. Queres melhorar o mundo? Faça trabalho voluntário, escute alguém que precise de uma conversa, plante uma árvore. Manifestos, violências, protestos só atrapalham o trânsito e as pessoas que estão cansadas querendo ir para casa no final do dia. Uma campanha para encarar a vida de forma mais leve.

Para ilustrar a mensagem do dia, coloco uma foto lida da Kassy Lucena, a própria imagem da leveza de alma. E no início do post tem as duas senhoras coelhas, uma feita em um workshop no Armazém Art & Tecidos com orientações da teacher e a outra feita inteiramente por mim. That's all folks.

quarta-feira, 21 de março de 2012

About our world and bees!

Com essa foto linda de um corredor de árvores pertinho da minha casa, que tenho o prazer imenso de encontrar todo dia, faço um apelo: cuidem do mundo que nós vivemos. Já me repeti inúmeras vezes, I know, mas ouvi ontem uma notícia assustadora: as abelhas estão fugindo de Santa Catarina! Estamos destruindo o mundo de tal forma a provocar a fuga das abelhas!

Tantas coisas lindas no mundo, tantas coisas lindas a serem feitas, o mundo precisa de carinho e atenção. Em vez de gastar tanto tempo e dinheiro em consumo que virará um volume imenso de lixo no futuro, aprendam a cozinhar! É saudável, prazeroso e altamente terapêutico. Cores, sabores, texturas... Tantas novas descobertas. E conheçam os ingredientes, suas propriedades, suas épocas. O dinheiro gasto com remédios certamente diminuirá muito.

Aproveitem a cidade a pé! Interajam, olhem o ambiente em que vivemos, tantas coisas lindas para serem vistas, tantas coisas incríveis a serem compartilhadas. Apaguem a luz de um ambiente que não está sendo usada. Separem o lixo, ajuda a tantas pessoas que vivem de material reciclado, tantas famílias que mudam de situação desta forma!

Cuidem das pessoas também. Elas um dia vão embora. Pode parecer que isso levará muito tempo, mas tempo é uma medida tão relativa... Escutem. Desliguem-se de seus celulares e I whatever's para dar atenção as pessoas. Tenham paciência com os idosos. Com um pouco de sorte todos nós chegaremos lá. Eu sei, o tempo é curto e eles solicitam atenção, mas quem não precisa de um pouco de carinho? Sejam educados. Às vezes a educação é capaz de mudar o dia de alguém. Olhem para os lados, agradeçam a caixa do super mercado, sorriam. Sorrir melhora o humor de qualquer um.

Ninguém precisa de tantos sapatos, tantas roupas, tantos celulares. Pratiquem a generosidade. Normalmente o que vai, volta em dobro (tanto a generosidade quanto o egoísmo, creio eu). Quando há espaço, cultivem uma horta, uma flor, uma árvore. Leiam, alimentem à alma, ainda mais que o corpo. Há vários momentos em que o livro é a melhor companhia possível. Distribuam tudo o que é bom. A vida irá lhes devolver tudo e ainda mais!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ah, o mar!


Eu lembro da primeira vez que vi o mar. Era totalmente diferente do que eu imaginava. Eu disse “ah, o mar!”. O mar era salgado e divertido. Meu pai me levava com ele para o fundo e me lançava contra as ondas. Eu adorava. Eu já fazia natação essa época, então achava o mar divertidíssimo, porque era uma piscina com ondas.

Nessa primeira vez que fomos para Torres, a última praia do nosso litoral, estreiei na casquinha de siri. Não gostei e passei o resto da viagem comendo torrada, para a frustração de meu pai (torrada é misto quente, para quem não é do Sul). Na segunda vez experimentei de novo. Bah, amei! Lamentei profundamente ter esnobado a casquinha na viagem anterior. Passei a viagem toda mandando ver na casquinha de siri.

Aliás, Torres tem excelentes opções de frutos do mar. Ficávamos em um hotel que tinha um restaurante amazing embaixo. E uma corujinha que se escondia em um buraquinho entre dois tijolos. Havia outro restaurante que fica na beira do rio Mampituba, eu não lembro o nome dele porque chamávamos pelo nome do rio, que barbaridade... Os peixes e frutos do mar deles eram absurdamente deliciosos.

Em frente a esse restaurante havia uma ponte, sobre o rio Manpituba. E do outro lado da ponte já é Santa Catarina. Não consigo descrever o quanto eu achava o máximo cruzar essa ponte. Na cabeça de uma criança é sensacional estar em um Estado, cruzar a ponte e estar em outro Estado. Simplesmente demais.

Torres também tinha a Prainha. Do outro lado do Parque da Guarita. Que é belíssimo, aliás. A prainha costumava ser uma praia bem agradável. Não sei como estará agora. Ela é pequena (pelo nome já dá para deduzir, I know) e bem cheia de natureza. E para chegar nela se passa por uma parede de pedras com ofertas à alguma Nossa Senhora (não lembro qual, perdão Nossa Senhora) por graças alcançadas. Sempre achei esse conceito o máximo, de agradecer a Santinha oferecendo algo à ela. É quase como levar uma flor para o anfitrião.

Quando voltávamos da praia, estacionado numa esquina, sempre tinha um furgão que vendia sonho. Bah, era o “the best” sonho ever. Depois de uma tarde na praia, verdes de fome, o sonho era uma amostra do paraíso. E na outra esquina havia uma banquinha de revista que era um baratinho, tinha todo um mundo além das revistas.

Na praia tínhamos o hábito, meu pai e eu, de cavarmos um buraco enorme na areia e, com toda a areia do buraco, fazer um castelão. Era o máximo.

Às vezes íamos numa pastelaria bem perto ao hotel, em frente à Lagoa do Violão. O pastel de camarão de lá era uma obra de arte. E esqueci de falar da Maquiné, na estrada, onde parávamos para comprar biscoitos de polvilho e broinhas para os lanches ao longo do dia.   

Nem sei porque lembrei de tudo isso, mas às vezes momentos bacanas vêm em mente do nada. Acho que para nos lembrar que a vida é boa na maior parte do tempo.

Aproveitando o clima feliz, inicio o post com uma foto de uma coelha em construção e encerro com foto de pré páscoa! That's all folks! 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Docinhos e temperos




Todo mundo que me lê sabe o quanto eu adoro os temperinhos. Simplesmente adooooro os temperinhos. Por tanto tempo me esqueci deles, mas eles fazem uma diferença absurda no sabor de qualquer prato. Para mim, o aroma deles já tem praticamente um efeito terapêutico. Voltei da minha vó antes de ontem com um macinho de sálvia, dois alhos poros ainda cheios de terra (fofinhos, com raízes que pareciam cabelinhos – não sei se vocês lembram um personagem do Muppets Babies que era verde, fino e tinha cabelinhos branquinhos – parecia meu alho) e cebolinhas. E o cheirinho que senti no caminho foi tão absurdamente bom... O tempo estava mudando para chuva e nuvens escuras, bastante vento, e o aroma ficava ainda mais intenso. Anyway, minha mãe colocou todos esses temperos (sem a terra, of course, por mais romântica que ela seja) e rodelas de cebola (essa ainda não temos em nossa horta) numa panela com peitos de frango, óleo de canola e um pouco de vinagre de vinho. Acrescentou uma pitadinha de sal e that’s it! Meu almoço de hoje. Um purê de batata e um pouco de arroz e temos um momento de pura felicidade no meio do dia.


Ah, a foto que inicia esse post é de mais uma leva de alfajorezinhos de minha mama. Agora com corações felizes! That’s all folks!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Home for kids and home for easter



Li recentemente um texto falando sobre as falhas na educação das gerações mais novas. Sobre como os pais não ensinam seus filhos a lidar com a frustração, como eles lhe dão tudo sem lhes mostrar o valor e o trabalho necessário para conquistá-lo, sobre a facilidade com que desistem quando qualquer dificuldade se apresenta. Respostas negativas viraram quase que uma tortura em nossa sociedade. Fazer a criatura lavar uma louça então... Escutei no final de semana uma histórias de uma pessoa que estava super estressada. Em seguida ela começou a discutir com sua colega uma futilidade absurda. Não pude deixar de pensar como algumas pessoas estão fracas, como por qualquer pedrinha no meio do caminho elas escorregam e precisam de artifícios para se reerguerem.

Grande parte das crianças não conhecem educação. Em compensação, tudo sabem sobre novas tecnologias, sobre marcas de grife e carros de luxo. Imagina pedir a um filho para lavar a louça, para tirar o pó do quarto. É quase que um crime, pobre criança escravizada pelos pais porque jogou o lixo fora! É melhor ensiná-lo a ser um reizinho, a achar que o mundo está aqui para servi-lo.  

Uma amiga querida falou uma expressão há um tempo atrás que achei sensacional: “Ela precisa de terapia... Ter a pia cheia de louça para lavar.”Acredito que a utilidade diminui o drama. O que quero dizer com isso é que, em vez de entupir uma criança de remédios a uma criança porque ela tem muita energia e deixá-la sentada em frente ao computador o dia inteiro, coloque a criatura para ajudar nas tarefas de casa, para ir a escola a pé, para andar de bicicleta. Em vez de ceder aos seus apelos por açúcar e sedentarismo e quaisquer outras vontades o tempo todo, crie um ser humano um pouco mais consciente, que não irá superlotar o sistema de saúde, nem o ouvido de quem precisa aguentá-lo dramatizando sobre tudo. Explique, se dê ao trabalho de ao menos tentar. Li que é preciso pelo menos 10 tentativas para o paladar se acostumar com alguns sabores. Então se o piá não gostou de brócolis na primeira tentativa, faça novamente. É cansativo, realmente, mas é bem menos cansativo do que mais tarde ter que entupi-lo de complementos porque ele não “consegue” comer direito. É bem menos complicado do que lidar com problemas de auto estima, que também afetam de uma forma ou de outra a saúde e a personalidade da pessoa para sua vida toda. Não, a vida não é tão fácil assim. Nem é criar um filho. Mas faça um bem à humanidade e diga um “NÃO” a ele de vez em quando. O mundo com certeza será um lugar melhor.

Encerro com duas imagens: a primeira é de como a natureza possui uma capacidade de adaptação que deve ser imitada. Achei o máximo a forma como esse tronco se enrolou na grade de um prédio, perto de onde moro. E a segunda é do meu quarto, começando a ser vestido para a Páscoa!



domingo, 11 de março de 2012

Coisas do mundo


O mundo nos proporciona tanto. Tudo, qualquer coisa, infinitas possibilidades. Com um pouco de carinho o mundo te dá alimento, te dá possibilidades, te dá vida. O mundo te dá alegria, te dá sentimentos e sensações, inúmeras experiências.


Com um pouco de afeto e paciência, conseguimos ver o mundo evoluir, a vida crescer, aproveitar o melhor de cada época e cada estação. O mundo nos proporciona tanto. O mínimo que podemos fazer é devolver um pouquinho do que ele nos oferece. Contribuirmos um mínimo que seja para a manutenção do planeta e da vida, das pessoas.

Vi uma história impressionante num especial sobre o Dia da Mulher essa semana. A pessoa em questão passou por todas as situações ruins que consigo pensar em sua infância. Absolutamente tudo que era mau aconteceu com ela na época mais frágil e despreparada da vida. Ainda assim ela conseguiu batalhar, cresceu como ser humano e como profissional, teve a capacidade de perdoar erros imperdoáveis e, por fim, resolveu espalhar o bem pelo mundo. Criou escolas para crianças em situação de risco social e hoje afeta diversas vidas positivamente. Dá esperança para quem não tinha nenhuma luz.


É difícil demonstrar tanta força, coragem e capacidade de superação. É ainda mais difícil ter tamanho desprendimento para realizar atos tão grandiosos. Mas é possível realizar um pouquinho por dia que melhore a vida de todos. Praticar a tolerância, a educação. Separar o lixo, economizar água. Estender a mão para quem precisa, evitar uma discussão, desligar a luz de um ambiente vazio. Doar um quilo de alimento para uma campanha. Deixar o carro em casa um dia e usar o transporte público. Enfim, devolver só um pouquinho para o mundo de tanto que ele nos propicia.

quinta-feira, 8 de março de 2012

About women - Several women




Meu nome é uma homenagem a uma mulher cheia de força. Uma mulher que ficou viúva antes da hora, que conseguiu com elegância criar seus filhos, trabalhar com seus diversos idiomas, cozinhar, viajar, ser cosmopolita e dona de casa, e ensinar o neto a não sair da mesa antes de limpar o prato, dar valor para comida. E adorava as tartarugas.

Fui criada por duas mulheres fortes. Uma que mesmo com uma situação complexa em casa escolheu uma profissão em que lidava com essa mesma situação diariamente. Uma mulher de uma época em que as mulheres ficavam em casa e ainda assim pagou o terno do casamento do seu marido. Que criava seus filhos, cuidava da casa e, com tudo isso, conseguiu se realizar profissionalmente. Que me ensinou que não há nada de mal em construir um novo caminho, em optar por um plano B. E, entre mil outras coisas, que me ensinou a forma correta de bater manteiga na batedeira. Como plantar temperos. Como cuidar da horta e das árvores. Como costurar o ponto caseado. Como ver uma beleza imensa em tudo o que é natural.

A segunda mulher que me refiro acima consegue cuidar de todos. Coloca o bem estar de quem ama sempre a frente do seu. Ela me ensinou a ter sonhos e ir atrás deles. Ensinou-me a levantar dos tombos, a não ser fraca e desanimar diante das dificuldades. Ela me mostrou como procurar sempre o que é bom, a me desapegar do que é ruim. E também me mostrou como se fazer molho de tomate. A mulher em questão sempre me colocou para cima e me deu empurrões quando ameacei me acomodar. Ensinou-me que para cuidar do que é nosso é preciso mais carinho do que dinheiro.

Cresci brincando com duas gurias fortes, uma prima e uma amiga, que se tornaram mulheres corajosas, mulheres que tomaram decisões arriscadas em prol de seus objetivos. Convivo com outras mulheres fortes, que lutam diariamente para conseguirem se realizar, para alcançar seus sonhos, para fazer a si e a quem amam felizes. Vejo frequentemente mulheres que precisam vencer uma batalha por dia, que se transformam em 30 para cuidar do marido, dos filhos, dos pais, da casa, para sobreviverem a tudo que é desafio que aparece. Mulheres que, apesar de todas as dificuldades, ainda são vaidosas, ambiciosas, generosas, guerreiras. Que abrem mão de suas vontades para cuidarem de quem amam.

E também conheço outras que não fazem nada disso, que passam por cima dos outros, que ainda usam de artifícios imorais para conseguirem o que querem. Mulheres que se perderam em sua busca por dinheiro e posição, mulheres que não tem mais princípios, mulheres perdidas, que trocam o que realmente importa pelas suas ambições.

Enfim... Que não precise haver somente um dia para valorizar as pessoas que são boas, que aquelas que não são tão boas assim não sejam parabenizadas simplesmente por serem do gênero feminino. Mas que sempre hajam pequenas alegrias para aqueles que batalham diariamente. Feliz dia da mulher!

Encerro com um vídeo que já publiquei aqui, mas é de uma mulher linda e talentosa que não se vendeu por dinheiro nem foi escrava da aparência. Ela foi atriz, bailarina, ativista da Unicef e morreu lindamente enrugadinha, como deveria ser. Além dessa ser uma das versões mais queridas de Moon River. 


PS: Vi uma frase sensacional hoje na traseira de um carro, não podia deixar de mencionar: "Eu paro, tu paras, ele atravessa e nós evoluímos." Que assim seja!  

terça-feira, 6 de março de 2012

Slow life

É engraçado, eu era tão apegada a grandes metrópoles quando era adolescente, agora Caxias está quase grande de mais para mim. Há certos prazeres nas cidades menores que são de um valor imenso (apesar que a julgar pelo caos no final do dia mal e mal dá para considerar Caxias uma cidade “menor”). Exemplo: nada me deixa mais feliz do que ir caminhando para casa após um dia de trabalho. É quase como um comercial antigo da Nike, em que a medida que a moça corria saíam dela todos os problemas do dia saíam pelas suas costas. Sinto me em paz. Adoro respirar o ar de fora, ver as pessoas, acompanhar os diversos tons de laranja do sol se pondo. 
Outra super coisa super feliz de uma cidade menor é poder fazer 30 atividades diferentes em um único dia. Ainda assim gostaria que meu dia tivesse pelo menos 30 horas. Acordo 06h30, vou dormir umas 22h00, 22h30 e nunca faço tudo o que queria. Há tantas coisas lindas para aprendermos e o tempo escapa. Há tantas coisas lindas para ver... Quando estou caminhando de manhã para ir ao trabalho procuro prestar atenção em tudo. Até porque o ar da manhã é um dos maiores revigorantes naturais que existem na minha opinião. E as luzes matinais são quase tão lindas quanto as que aparecem no final da tarde, quando o sol está se despedindo. De manhã os pássaros nos desejam bom dia. Há vários cantos diferentes, e só quando realmente paro para escutá-los que consigo perceber essa diferença. Cada estação nos proporciona uma série de tonalidades nas árvores, nas flores... Com frequência me pergunto se vale a pena gastar tanto tempo me preocupando tanto com tudo quanto estou nesses momentos de contemplação. Momento total Polyana, I know. Mas eles fazem bem de tempos em tempos.



Encerro com duas fotinhos do pequeno paraíso que é Santa Monica. Lá é um lugarzinho com esse clima de saúde e a "slow kind of life". That's all folks.

domingo, 4 de março de 2012

Café com alegria


Há algo de tão reconfortante em um bolo redondo com furo no meio. Um pedaço dele com uma xícara de café e parece que todas as coisas difíceis da vida estão em outra esfera e nunca mais irão nos alcançar. Tecnicamente ele é igualmente delicioso ao feito em fôrmas retangulares, mas há algo tão... que aquece a alma nos bolos redondos. Eles sempre me lembram coisas boas e queridas.

Sexta feira à noite fiz um bolo de iogurte com calda de morango. Vi a receita quando lia a lindíssima revista Casa e Comida antes de ir trabalhar manhã e à noite me aventurei. É facílimo de fazer e, na hora de café da manhã no dia seguinte, enche o coração de alegria.

Ingredientes: 01 copo de iogurte natural, 01 copo de óleo, 02 copos de farinha de trigo peneirada (usei o copo do iogurte como medida para tudo), 04 ovos, 01 colher (sobremesa) de fermento em pó, geleia a gosto para cobertura e farinha e óleo para untar a fôrma.



Unte com óleo e farinha uma fôrma redonda de bolo. Bata todos os ingredientes no liquidificador, menos a geleia. Despese a massa na fôrma untada e leve ao forno pré aquecido a 180 Cº por cerca de 40 minutos (e aproveite cada momento do cheirinho que fica na cozinha). Desenforme (momento de total alegria) e cubra com  uma camada generosa de geleia.


No sábado de manhã fui trabalhar. Meus pais acordaram às 06h30 para tomarmos café juntos. Comemos o bolo com café enquanto conversávamos, e tudo estava bem. Isso é o que realmente importa. Todo resto alguma hora passa. Antes de se deixar dominar pela tristeza ou pelos problemas, façam um bolo. O que é ruim uma hora vai embora, o que é bom fica no coração.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Happy and greend stuffs!

Minha mãe sempre me ensinou que, mais importante que o presente em si, é todo o carinho, cuidado e capricho que o envolve. Ela tem uma mão ótima para embalagens lindas e sempre procura presentinhos cheios de personalidade.

Nesse sentimento de presentinhos carinhosos, concluí meu kit sacolinha: sacolinha + cappuccino (que vergonhosamente ainda não experimentei) + alfajores. E também montamos, minha mãe e eu, uma caixinha de alfajores. Abaixo estão os dois (perdoem-me, tremi um pouquinho nas duas fotos).



Finalizo hoje com um sentimento de otimismo em relação ao mundo. Vi em dois noticiários noturnos sobre o aumento considerável no número de ciclistas nos últimos anos. Em São Paulo há projetos em centros educacionais infantis para, desde os primeiros anos, as crianças se acostumarem com este transporte com este transporte limpo, democrático e saudável. Além de todas as vantagens, a magrela proporciona uma interação com a cidade e com o meio que é super bacana. E diminui o lixo no mundo (afinal, quando acaba a vida útil de um automóvel, seu "defunto" é muito maior do que de uma bike). Que o mundo se torne mais verde!