segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Preservar

Fiz um paralelo meio estapafúrdio em minha mente hoje no final da tarde, caminhando de volta para casa. Há uma revista de distribuição gratuita no aeroporto de Congonhas que sempre traz matérias excelentes, a 29 horas. Nessa edição há uma particularmente boa, sobre um fotógrafo (o nome é Hélio, esqueci o sobrenome) que fez uma série registros de lugares e culturas ao redor do mundo que correm o risco de extinção em função do consumismo desenfreado do homem (que gera poluição, sujeira aos montes, desmatamento, deslocamento de tribos inteiras e desrespeito à sua forma de vida, entre outros danos). Ele criou essa exposição por duas razões: a primeira é que o homem crie consciência e consiga reverter a situação. A segunda, e não muito positiva, é que se realmente for instinto, haja um registro de que um dia existiu. E que as pessoas devem tomar conta de todo resto para que nada mais desapareça.

Hoje voltando para casa, ouvi um barulho familiar da infância, um metal batendo na madeira. Lembrei do velhinho da casquinha, que vendia as casquinhas preparadas pela sua mulher na saída das escolas, dia após dia. Mas ele morreu ano passado, então estarei eu tendo um deja vu? Quando chego mais perto percebo que é o neto dele que preserva sua memória e proporciona à nova geração de estudantes uma lembrança querida para ser cultivada no futuro. Afinal, quem não gosta de lembrar de histórias felizes da época de escola?

A relação bizarra que fiz em minha mente entre as duas situações descritas acima é sobre a importância da preservação. Do que quer que seja: ambiente, memórias, culturas, momentos singelos de infância. Todos eles fazem parte da história das pessoas e do mundo, em todos os âmbitos possíveis.

Encerro o post com a imagem de uma bolsinha que fiz para o aníver de minha mais antiga amiga. Minha primeira bolsa confeccionada sem supervisão! That's all folks.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Madalena e Olivia


Visita relâmpago a São Paulo, super rapidinha, mas muito bacana e cheia de momentos queridos! Adorei adorei!

Passamos na lojinha Lá da venda, na queridíssima Vila Madalena, que está ainda mais fofa do que quando fui pela primeira vez. Adivinhem o que encontrei??? Bonequinhas para vestir!!! Vocês lembram há uns 20 anos atrás que existiam bonequinhas de papel com várias opções de roupinhas para trocar? A ideia é a mesma, mas essa é um imã de geladeira! Simplesmente amei! E é a cara da minha mãe!

Tem melhor preocupação do que escolher que vestidinho a Olivia utilizará hoje? Demais!  

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cappuccino

Um dos primeiros ensinamentos que meu pai me passou é: se tu amas alguém, diga. Muitas vezes e com frequência. Principalmente para os velhinhos. Pela ordem de Deus, eles são levados primeiro. Nem sempre é assim, no entanto, então deixe claro para todos que tu gostas o quanto eles são importantes.

A mãe de uma amiga da minha mãe (eu sei, confuso, leia devagar, principalmente após um dia trabalhoso) sempre fez festinhas no aniversário da filha. Quanto digo “fez” é porque ela realmente fazia praticamente tudo que era servido. Aliás faz até hoje. Diversas vezes ela estava doente, ainda assim nunca deixou de preparar as comidinhas gostosas que eram servidas. Ano após ano. Quer maior demonstração de carinho que esta?

E ela é responsável pelos meus primeiros cappuccinos. Ela sempre fazia essa misturinha artesanal deliciosa para cappuccino. E por alguma razão que a razão desconhece, a memória que eu tinha da bebidinha se perdeu no tempo e no espaço. Até que um dia, conversando com minha amiga sobre cappuccinos, a lembrança do gostinho delicioso voltou. E por coincidência era aniversário da amiga da minha mãe! Um segno de Dio que eu devia pedir a receita e tentar o cappuccino. Dito e feito!



 A receita é bem simples: uma lata de leite em pó, 04 colheres de sopa de café Iguaçu, 01 colher de sopa de Nescau (coloquei mais um chorinho), 01 e 1/2 xícara de açúcar (usei um pouquinho menos de açúcar demerara), canela a gosto e 01 colher de sobremesa de bicarbonato de sódio. Misture tudo, sinta o cheirinho gostoso e está pronto! Ainda não tomei a bebida porque era noite quando fiz (e a noite não se pode abusar de cafeína!). Mas agora é só provar! Tem coisa melhor do que essas receitas que remetem totalmente a quem costuma prepará-las? Adoro receitas cheias de personalidade. That’s all folks. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Doce feriado

Sempre que voltava a São Paulo levava uns docinhos que minha prima costumava fazer. Era uma delícia e fazia o maior sucesso. Agora minha prima anda meio sem tempo, então minha mãe pediu como os docinhos são feitos para que pudéssemos fazer alguns presentinhos. Hoje minha mãe se aventurou na cozinha a prepará-los. O único problema foi o calor, que torna mais difícil para manusear chocolate, mas de qualquer forma o resultado ficou ótimo!

E o bule azul da foto é a Madame Samovar. Achei muito parecida com a senhora bule do desenho A Bela e a Fera, então copiei o nome. Não é a coisa mais amada?






Mudando um pouco de assunto, ontem tive a sorte de encontrar queridos amigos, no intervalo de almoço e no final do dia. O que me faz pensar em como a medida de tempo é relativa. O tempo que passamos juntos passou tão rápido... Como três horas podem parecer segundos quando estamos na companhia de pessoas importantes?

Leio com frequência matérias sobre como as tecnologias têm efeito negativo na qualidade dos relacionamentos no mundo “real”. Aqueles em que as pessoas se encontram de verdade, não atrás de uma tela. Aqueles que as pessoas tomam café em um lugar fofo e ficam horas e horas conversando. Aqueles que nem se percebe que já anoiteceu.

Entendo a importância da tecnologia quando há distância geográfica, nesse sentido a evolução da comunicação torna imensamente mais fácil e barato o contato com quem está longe. Mas nas demais situações vai além da minha capacidade de compreensão. São tão preciosos os momentos passados juntos as pessoas que realmente importam. Faz tanta diferença, pelo menos para meu estado de espírito, um final de tarde como que tive ontem. Dá leveza a alma. Dá sentido a tudo.
That’s all folks.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Uva!

Andando até a praça na sexta algo me intriga: um aroma de uva toma conta do ar. Olho para o lado direito, para o lado esquerdo, para a frente. Ninguém comendo uva. Ninguém em posse do Pioneiro de quinta feira (cuja capa foi aromatizada com uva). Ninguém tomando suco. Será que o espírito da Festa da Uva tomou me faz imaginar coisas? O mistério permanece.

Chego na praça e dou de cara com o chafariz jorrando água roxa. Of course, vinho no chafariz! (Claro que eu sei que não é vinho de verdade, mas faz de conta que sim.) O cheiro não é bem bem de uva, na verdade me lembra aqueles batonzinhos antigos para crianças, que vinham numa embalagem plástica em formato de uva. De qualquer forma, uma delícia chegar na praça e divagar sobre essas questões. Quisera eu que a cidade sempre cheirasse a uva.

Uma delícia também foi assistir o desfile desse ano (na TV, disputar um espaço na Sinimbu não me inspira tanto assim). Apesar da decoração bem fraquinha na cidade, alegro-me em dizer que o desfile desse ano está surpreendentemente lindo! Representantes de vários bairros e distritos de Caxias marcaram sua presença, bem como o Coral Municipal, a Orquestra e a Companhia de Dança. Difícil dizer o que foi mais bonito. E sem nenhum momento relembrando (como foi feito exaustivamente no passado) a tristeza do imigrante. Não, somente a celebração, a colheita, a cocanha e o trabalho (até ele de forma artística e positiva). Um desfile com envolvimento da comunidade, super bonito e diferente, mas com essência. Adorei!


Por falar em questões culturais, tornei-me bairrista. Não sei quando aconteceu, mas de repente sentia uma imensa alegria em entrar no Zaffari, enquanto morava em São Paulo. Encontrar todas as marcas da minha terra (leite da Piá, produtos da Mumu, Santa clara...) enchiam meu coração de felicidade. Sentir cheirinho de alecrim, sálvia, salsa então... Quase me emocionava. Dizem que a maior parte dos CTG's (centro de tradições gauchescas) localizados fora do Rio Grande do Sul foram criados por pessoas que, quando moravam no estado, não seguiam esta cultura tradicionalista. Porém ao morarem em outro lugar acabaram sentido falta. Suponho que foi o que aconteceu comigo.

Hoje tive um almoço típico daqui, imensamente feliz. Um risoto de frango, feito com o arroz cozido em um molho de tomate e frango. Batatas cozidas com casca na água e depois fritas descascadas com sálvia. Queijo no forno. Alface e tomate temperados com vinagre cultural. Por fim, sagu. Troco qualquer banquete luxuoso por esta combinação. E, com fotos do meu almoço delicioso, me despeço.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

About food (again) and books

Sempre que estou de mal com o mundo por alguma razão (e que tenho disponibilidade de tempo) vou ler um livro. Não acontece com tanta frequência, então leio muito em ocasiões que estou de bem com o mundo também, é claro. Mas quando é o primeiro caso, chega um momento que nem me lembro mais com o que estava revoltada ou por que razão. Hoje não estava com nenhum sentimento ruim, mas de qualquer forma tenho a rotina de gastar a meia hora final do meu almoço lendo. E hoje foi um livro repleto de crônicas e histórias fofas da dona do blog Panelinha, a Rita Lobo. Juro que queria largar todos os compromissos do dia e passar a tarde na companhia dele. E uma xícara de café de vez em quando, porque ninguém é de ferro.
Quando eu estava na escola fazia isso com frequência. Deitava no sofá depois do almoço para ler um minutinho, antes que eu percebesse já eram seis horas da tarde e a louça do almoço ainda esperava por mim na pia. Três livros eu realmente não consegui parar de ler até terminá-los, não fiz nada durante a tarde além de lê-los: Cai o Pano, da Aghata Christie, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e o Hobbit. Eles me hipnotizaram de tal forma que só foi possível largá-los quando os terminei.
Bom, voltando ao livro do início do post, ele se chama A conversa chegou na cozinha. Rita Lobo conta várias histórias de sua vida e as relaciona com diversas receitas, espalhadas ao longo do livro. Conta de sua família, de seus filhos, amigos, viagens e o amadurecimento que a vida proporciona. Compara ingredientes com momentos e faz associações muito bacanas. Enfim, é uma delicinha de livro, literalmente. Para quem gosta de comida da mesma forma emocional que eu é altamente recomendável.
Finalizo com a foto da bolsa que terminei na aula de patch sábado. Tem um errinho aqui ou ali, mas nada como ver o resultado final de algo feito a mão (e com uma mãozinha da máquina de costura, é claro). Back soon!



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

About food and care

Hoje na hora do almoço escutei uma conversa bem engraçada. Um rapaz contava sobre o irmão dele, que casou com uma guria que não sabia cozinhar. E estava constantemente faminto. A moça que conversava com ele fez a seguinte observação "bah, mas como que a mãe da guria não ensinou ela a cozinhar?". Um comentário bem comum para uma pessoa criada na cultura dos gringos aqui da serra.


Muito provavelmente se eu tivesse escutado essa conversa na minha adolescência teria achado um tanto quanto machista. Por que a guria tem que saber cozinhar? Esse creio que seria meu pensamento. É engraçado como as pessoas mudam. Hoje eu acabo concordando com ela. Por que a mãe da guria não a ensinou a cozinhar? Não que eu pense que seja uma obrigação da esposa alimentar o marido. Mas acredito que todos esses momentos sejam demonstrações de carinho. Explico: fico super feliz observando minha vó cozinhar, com toda a sua sabedoria antiga. Seus truques, seus trejeitos, acho lindo. Sinto me mais do que alimentada levando a marmita que minha mãe faz na hora do almoço, sinto me plena (sei, comentário Polyana, mas enfim, o que posso fazer). Tento observar cada jeitinho delas, cada sabor que elas acrescentam, cada toque pessoal. E preparar alguma comidinha gostosa para alguém me enche de prazer. Tento sempre limpar minha mente para passar somente boas vibrações para o alimento.


Li uma crônica há um tempo atrás dizendo isso. A pessoa (não lembro quem era a escritora) dizia que às vezes fazer comida para os familiares é visto como um sacrifício, quando na verdade nutrir devia ser considerado um ato de carinho. E também a transmissão deste conhecimento é um momento especial entre mãe e filha, ou qualquer que seja a relação entre professor e aluno.


Talvez por isso que nosso brócolis ficou tão gostoso hoje na hora do almoço. Porque veio da nossa hortinha, cultivada com muito cuidado e atenção.




Mudando de assunto, esses dois cartõezinhos são minha produção do final de semana. Muito bom gastar horas pensando em uma pessoa querida e tentar traduzir sua personalidade no papel.




Por fim, desejo um happy valentine's day to all! Qualquer data que nos lembre de dizer que as pessoas queridas são importantes para nós merece ser mencionada. E para encerrar postei uma das melhores animações para descrever o amor. That's all folks.  



domingo, 12 de fevereiro de 2012

Handmade

Shakespeare disse: "O melhor banquete é feito de poucos comes e bebes e uma grande e calorosa acolhida." Achei uma ótima frase. Penso que essa frase traduz as refeições com pessoas especiais. Poucos momentos são tão bons quanto aqueles em que divido a mesa com quem amo.

Esse final de semana minha vó faz 82 anos. Queria muito dar um presente feito por mim, mas como não me ocorreu nada que ela realmente precisasse, compartilhamos um café da manhã bem gostoso. No final das contas, a convivência é o melhor presente para alma.

Para o café da manhã, fiz uma receita de pão que vi na televisão. A receita é de uma confeitaria no Rio de Janeiro e é muito gostosa, o resultado final foi aprovado.


Ingredientes: 50 gramas (1/4 xícara de chá) de açúcar, 400 gramas (02 e 1/2 xícara de chá) de farinha, 01 pitada de sal, 30 gramas (02 tabletes) de fermento fresco, 01 colher de sopa de manteiga sem sal, 180 ml (3/4 xícara) de leite, 01 ovo, 01 gema misturada com 01 colher de chá de café pronto.

Numa tigela coloque o açúcar, a farinha peneirada, o sal e misture. Reserve. Em outro recipiente coloque o fermento, a manteiga, o ovo, o leite e misture bem. Adicione a mistura de farinha e sove bem até ficar uma massa homogênea (uma delícia sovar pão. Libere a mente de todos os pensamentos ruins e pense somente em coisas boas, para passar boas vibrações ao pão). Polvilhe farinha nas mãos para desgrudar a massa dos dedos e a deixe descansar por 20 minutos.
Modele a massa dando formato de pão, polvilhe com farinha e transfira para uma fôrma de bolo inglês forrada com papel manteiga, deixando 10 cm nas laterais para o lado de fora. Pincele com a gema e deixei crescer até dobrar de tamanho.
Leve ao forno pré aquecido a 180ºC por 30 minutos (eu deixei um pouco menos). Retire e siva.



Nada melhor do que pão quente. Aliás, adoro pão. Meu vô comia pão com literalmente qualquer combinação, era tri engraçado. E nada melhor do que reunir as pessoas que se amam na mesa. Comida para mim sempre teve esse significado. Até mesmo com meus amigos de infância, passamos a vida inteira nos reunindo em torno de algum programa gastronômico. O que serviu para tornar ainda mais forte meu elo entre sentimentos e comida.

E eu não consigo explicar o quanto é bom fazer algo que se gosta, por mais trabalhoso que seja, e ver o resultado final. Bah, tenho um prazer imenso em fazer as coisas que poderiam ser compradas prontas, simplesmente porque é muito bom olhar para algo que tu fizeste. Parece que as coisas artesanais têm mais significado, têm um pouquinho de quem as fez. É que nem com meu pãozinho, queria transmitir para minha vovó o carinho que tenho por ela de alguma forma. E nesse aniversário dela foi através dele.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Patchwork de assuntos

Esse é o amanhecer de hoje. Enquanto eu ainda consigo vê-lo, porque logo a paisagem será tomada por prédios imensos. Lembro logo que nos mudamos para esse prédio, fomos os primeiros a morar nele. As coberturas ainda não estavam prontas, então subíamos para ver a paisagem delas. Era super bonito. Agora já não sei o que é possível enxergar.


Conheço uma pessoa que doa sangue uma vez a cada três meses. Paralelo a isso, ontem no noticiário passou uma notícia sobre a briga de torcedores do Palmeiras com o Corinthians. É surreal como o mesmo ser humano que derrama não sei quantos mil litros de petróleo no oceano é o mesmo que passa dias cuidando da limpeza dos pinguins, para que eles possam voltar ao seu habitat.
Tantas ironias, tantas maldades e tanto altruísmo, é difícil definir o que se sobressai. O que é ruim certamente é mais digno de manchetes na televisão, chama mais  atenção do telespectador. Programas de qualidade normalmente passam de manhã extremamente cedo ou tarde da noite. Em horário nobre, as tragédias e as baixarias imperam. Generalizando, é claro, nem tudo é assim.
Outro dia me pediram se eu era diabética, pelas coisas que como. Achei até graça. Passo o dia inteiro comendo, só que para não virar um balãozinho meus lanches são nozes, biscoitos integrais orgânicos, frutas, e por aí vai. Veja bem, é um equilíbrio. Eu gosto dessas comidas, elas não só me fazem bem como me dão prazer. A maior parte dessas coisas não são têm um impacto tão negativo também para o ambiente. Por exemplo, no preparo de um hamburger é utilizado um rio de água. Não que eu não o coma, mas procuro não comê-lo com frequência. O mesmo acontece com carne vermelha. A produção de carne vermelha em demasia é um dos fatores que contribuem para o aumento do buraco na camada de ozônio. E o consumo excessivo traz uma série de problemas para a saúde. É um equilíbrio. E diversos programas na TV aberta trazem informações a todos sobre isso e muito mais. Mas é claro que os reality shows têm um apelo bem maior ao grande público.
Vi no Bem Estar ano passado sobre uma escola que começou a adotar hábitos saudáveis para seus professores e alunos. O resultado foi magnífico, as crianças passam as informações adiante, elas ensinam aos pais, aos avós, é um efeito multiplicador incrível. Ou seja, a mudança é relativamente fácil e possível. E a consciência de como se alimentar melhor traz uma série de benefícios menos óbvios, como as pessoas cozinharem em casa, melhorarem a economia familiar, pensarem nos ingredientes que estão adquirindo, sua origem e qualidade. É toda uma rede de benefícios.
Enfim... Meu texto acabou migrando por vários assuntos hoje. Quase como um patchwork de tecidos. Por falar nisso, sábado o resultado da minha aulinha foi esse, mil quadradinhos e triângulos fofos combinados. Quem quiser fazer aulinhas como as que estou fazendo, é em uma lojinha fofíssima na Marcílio Dias, chama-se Armazém Art & Tecidos. É delicioso gastar um manhã de sábado preocupando-se somente com que tecidos combinar!   

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

E que venha a chuva!

Hoje o dia começa com chuva. Bem feliz e bem vinda a chuva.
Ontem terminei o quadrinho do bastidor. Os acabamentos ficaram por conta da minha mãe. Adorei a ideia que ela teve da fita para pendurar o quadrinho. Abaixo uma fotinho tirada por ela do resultado final.


Mudando de assunto, frequentemente penso o quanto minha vida é fácil. Graças a Deus por isso, é claro, estou longe de reclamar a respeito. Mas ontem observei um vendedor de algodão doce voltando do parque embaixo de chuva e fiquei pensando na vida dele. Embaixo de sol, de chuva, nas dificuldades que eu nem faço ideia que ele enfrente. Não sei onde ele mora, ou com quem, ou em que condições.

Vejo com frequência também um rapaz que creio que more perto da minha vó. Ele tem um problema de locomoção, anda com bastante dificuldade. Vejo o rapaz indo e voltando do trabalho, sempre a pé. Não consigo imaginar quantos momentos difíceis ele já passou, as barbaridades que ele já ouviu. Não imagino o quanto ele já possa ter sofrido na vida.

É claro que todos sofrem, em um momento ou em outro. Que todos pensam que não aguentam mais determinada situação. Mas para algumas pessoas a vida é tão difícil. Escuto histórias de quem trabalha não sei quantas horas, de quem perde um absurdo de tempo para chegar em casa, de quem ainda cuida de um familiar doente, de quem se vira em trinta para pagar as contas no final do mês. Além de inúmeras possibilidades de problemas, de doenças, de situações. Penso que eu já não consigo fazer tudo o que gostaria, mesmo praticamente não parando quieta das 06h30 às 22h00. E as pessoas precisam dar conta, até porque muitas vezes outros dependem delas.

Espero de todo coração que essas pessoas encontrem algo bom no final das contas. Que haja uma recompensa para tamanho esforço. Que apareça a alegria em suas vidas. Não somente um final feliz, mas diversas felicidades no meio do caminho. E um pouco de facilidade em meio a tantos percalços.

PS: A Festa da Uva deste ano está um tanto quanto apagada, o que é bem triste, uma vez que a temática dela tem um potencial muito bacana. Porém hoje vi no Jornal do Almoço as olimpíadas coloniais da Linha 40, bah, sensacional. Uma das melhores provas é o arremesso do queijo de fôrma. Um dos senhores mandou totalmente para o lado oposto do que deveria ter lançado, foi hilário. E a repórter pisando nas uvas no final encerrou a matéria maravilhosamente. Acho que essa é a essência da festa da uva.  

That's all folks.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sobre uvas, abóboras, figos e a vida

Que perfume que as uvas exalam essa época. Essas uvas bem comuns, dos parrerais comuns dos gringos aqui da serra, elas são as melhores. O cheiro delas é muito bom. É bacana como algo leva um ano inteiro para ficar pronto. Um ano de cuidados e expectativa até finalmente ela se formar e ficar docinha e perfumada como está agora. É parecido com os figos, mas acho que eles precisam de um pouco menos de cuidado. Mas ambos precisam de épocas de sol, épocas de chuva, frio e calor para produzirem bons frutos.


Acho que é parecido com as pessoas. Vi o último episódio de uma série que adoro agora há pouco, Brothers and Sisters. E uma das personagens citou um escritor famoso com a seguinte frase: Torne-se a pessoa que você poderia ter sido. Não tenho certeza se são exatamente essas palavras, mas era esse raciocínio.

Acredito que às vezes seja necessário um pouco de amadurecimento, de cuidados, de tombos e machucados para a pessoa chegar onde gostaria. Ou até mesmo para descobrir o que realmente gostaria, para aprender a dar valor, para se tornar quem gostaria de ser. Quantas vezes pensamos que faríamos diferente em situações do passado, que tomaríamos outras decisões. Mas na verdade tudo o que aconteceu comigo foi o que me fez pensar da forma como penso hoje. Minhas cicatrizes formam parte da minha personalidade, assim como minhas risadas, minhas memórias felizes, minhas lágrimas. Tudo contribuiu para que eu soubesse hoje quem eu sou e quem quero e me tornar. Não há arrependimentos nem mágoas, só um enorme sentimento de carinho por aquilo e aqueles que estão em minhas memórias e minha vida e a satisfação por tudo o que vivi.


Por falar em cuidado e carinho, já falei o quanto acho bacana a hortinha dos meus vizinhos, que vejo pelas janelas de casa. Mas a plantação de abóboras deles está tão bonita que merece mais uma foto. São essas folhas bem grandes que aparecem nos cantos de cima e de baixo. Não os conheço, mas penso que pessoas que cuidam tão bem da horta devem ser boas também em relação aos demais aspectos da vida.

That's all folks.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Transformação

As pessoas não gastam muito tempo pensando em lixo. Na verdade é quase um reflexo recolhê-lo e descartá-lo. O que é feito depois pouco importa, desde que não esteja em nosso raio de visão.
Um dos projetos mais bacanas que foi feito em Caxias é a coleta seletiva no modelo que é hoje. Enormes conteiners ficam nas ruas, separados em seletivo e orgânico, e a população já descarta separadamente (ou pelo menos deveria). Os caminhões com bracinhos chegam e fazem a coleta. Os catadores de material reciclável, agora cadastrados pela prefeitura, também tem seu trabalho um pouco facilitado para seleção do que é de seu interesse.
Vi que São Paulo aboliu as sacolinhas dos grandes super mercados. Acho super bacana essas novas tecnologias que permitem o desenvolvimento de sacolas biodegradáveis. Em 03 meses elas já se decompõem, sensacional. Porém acho que São Paulo antes devia investir numa coleta seletiva inteligente. Acredito que esta é uma ação mais urgente do que a proibição das sacolas plásticas. Quando morei lá, no meu bairro não havia coleta seletiva. Além do que as sacolas ficam no chão esperando pelo caminhão, então se chove nesse meio tempo o destino delas é entupir os bueiros. Há alguns mercados e prédios que coletam o lixo separadamente, mas ainda assim são ações isoladas e insuficientes. Claro que devido às dimensões da cidade, é um trabalho extremamente difícil e cujos efeitos seriam sentidos somente no futuro, mas seria fundamental um projeto de conscientização da população sobre a importância de separar o lixo, de dar um destino correto a ele. Também é preciso acesso fácil a descarte de materiais como eletrônicos, eletrodomésticos, medicamentos, entre outros que não podem ter o mesmo destino do lixo doméstico.

Um dos destinos que pode ser dado ao lixo orgânico (cascas de frutas, vegetais e legumes e outras partes normalmente não utilizadas) é a compostagem. Ainda não cheguei a fazer uma composteira, mas é um dos projetos que tenho para o futuro. De qualquer forma, na minha vó as cascas frequentemente vão para horta, para adubarem um pouquinho o solo. Abaixo uma fotinho da horta como está nesse momento. Os brócolis começam a aparecer, coisa mais amada. E folhas dos repolhinhos também estão bem vistosas e felizes! 




Finalizo hoje o post com uma foto de algo muito engraçado. Minha mãe me deu uma toalha do Pooh na Disney, tri linda, com o Pooh olhando um tigre super selvagem e pedindo se é o Tigrão. Esses dias meu pai olhou a etiqueta, para ver a origem da toalha, e não é que é Made in Brazil! Tri engraçado. Um sinal para valorizarmos o que é nosso, as tantas coisas boas que são produzidas aqui. Hoje quase tudo é Made in China, acabamos perdendo o que é nosso por não reconhecer o quanto é bacana o que é local, o que é original. That’s all folks.