terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Misturinha de assuntos

Eu gosto das coisas simples, que aquecem alma. Essas lembranças que tu começas a pensar nela e sorri sozinho. Alguns dos momentos mais felizes da viagem que fiz com minha mãe foram nossos cafés da manhã. A gente acordava tri de madrugada, ainda acostumadas com o horário do Brasil. Assistíamos a um noticiário que intercalava as notícias com sugestões de presentes, comidas e bebidas de Natal e tinha uma cachorrinha natalina bem querida na bancada. E tomávamos café. No apartamento do hotel tinha uma pequena cafeteira, bem diferente das que estávamos familiarizadas. Comíamos uma laranja navelina, dessas maiores bem docinhas, cookies orgânicos do Paul Newman e o café da cafeteira engraçada. É uma das várias lembranças da viagem que penso com um carinho imenso.



Hoje de manhã, vindo trabalhar, vi um ciclista de terno. Achei o máximo. Vi também um rapaz de bicicleta elétrica andando no centro. Talvez a mentalidade das pessoas comece a mudar um pouco. Quem sabe essa relação bizarra de aparência, glamour e carro do ano comece a dar espaço a ideias novas, mais saudáveis para as pessoas e para o planeta. Talvez, aos poucos, o conceito do que realmente importa seja diferente do que é neste momento.

Coloco agora uma fotinho tirada pela minha mama do meu atelier na noite de ontem. Estou bordando um quadrinho num bastidor. Na verdade o quadrinho é um presente, então por ter prazo de entrega passei ele à frente das minhas galinhas. Para conseguir encaixar as duas moldurinhas com o tecido de bordado, foi preciso que minha vó entrasse em ação com um martelo de bife. E agora me sinto numa história de Jane Austen bordando em um bastidor. Para quem, como eu até pouco tempo, não sabe o que é um bastidor, ele é a moldurinha de madeira que aparece na foto.


Finalizo com a foto de uma caldinha de frutas vermelhas que fiz essa semana. Sei que já postei fotos dela anteriormente, mas quando coloquei a geleia de uva com as frutas vermelhas na panela achei tão bonita a mistura de cores que não resisti a tirar mais uma foto! That’s all folks!


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sobre amizades antigas, coelhos e galinhas

Tenho duas amigas que conheço há praticamente 20 anos. Passei o domingo com elas. É interessante conhecer alguém há tanto tempo. Torna-se uma família que Deus te dá um pouquinho mais tarde. Um laço forte, sólido. Essas amizades tiveram uma forte participação na construção da minha personalidade. Passamos por tantas coisas. Desde sempre. É uma sensação tão boa ter esse conforto. Não um amigo de rede social, não um amigo superficial, mas um amigo que já te viu realmente, tua essência. Quem tu foste, quem tu estás te tornando. Não sei explicar totalmente esse sentimento de ter a certeza que algumas pessoas sempre estarão, de uma forma ou de outra, em tua vida. Para falar sobre qualquer coisa. Para apoiar, para diminuir os pesos, para conversar sobre os assuntos mais bizarros. Uma amizade que não enfraquece pela distância. Que faz a diferença, que soma. Que traz paz.

Pensei nisso ontem. Mediante a estas tragédias recentes, é ainda mais fácil perceber a fragilidade das “coisas”. As pessoas perderam seus locais de trabalho, informações, equipamentos. Tudo pode sumir de um momento para o outro. O que ainda permanece são as pessoas, são as memórias, são os sentimentos. A verdade é que as pessoas mudam, se adaptam, reconstroem. O importante é aquilo que as motiva a acordar novamente, a dar um segundo passo, a continuar. O importante, pelo menos para mim, são aqueles que estão na minha vida, o que passamos juntos, nossas memórias, nossas histórias.

Essa tarde feliz de domingo passamos nos Morangos Hidropônicos, na Rota do Sol. Passamos com galinhas robustas, coelhos queridos, uma nenê sorridente e social dançando para nós e moranguinhos embalados por músicas antigas.       





sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Infância




O cheiro gostoso de chuva invade a sala... adoro cheiro de chuva. Lembro quando era criança. Acumulava um pouquinho de água na sacada da cozinha da minha vó e eu já brincava que estava pescando. Pegava uma vara de pescar e ficava pendurada na janela fingindo que os três centímetros de água acumulada eram um rio. Ou pegava uma sombrinha do Piu piu que eu adorava e ficava cruzando o lote da minha vó até a casinha. A casinha era um lugar que meu vô guardava madeiras, ferros e ferramentas e eu usava para brincar, é claro, de casinha, no fundo do lote. Eu levava um boneco de quando minha mãe era criança, o Bobi, e brincava de casinha lá durante horas e horas nos dias chuvosos. Uma vez, cruzando o lote de volta (eu sei que falando assim parece que é uma travessia imensa, mas para uma criança as proporções são diferentes), tinha um bruto de um sapo na porta de entrada do porão. Eu gritei tanto. Por alguma razão quando eu era criança diziam que, se o sapo fizesse xixi nos teus olhos (o que era meio impossível se pensarmos racionalmente, uma vez que o xixi teria que ser tri alto no mínimo), tu ficarias cega. Minha vó desceu as escadas correndo coitada, achando que alguém estava me torturando. Ela diz até hoje que a impressão dela era que as escadas não terminavam nunca. E deu de cara comigo gritando e o rospo (como os gringos chamavam os sapos) me olhando, meio assustado. Hoje em dia os sapos sumiram do lote da minha vó. Ela tem alguns coqueiros, que devem ter mais ou menos a idade da minha mãe. É um tipo bem diferente de coqueiro, na verdade a fruta dele é um coquinho minúsculo. Parece que não há mais muitos por aí. Eu imaginava uma selva super densa a partir desses coqueiros. E no milharam também, no início do ano, quando estavam no auge, bem altos. Mil aventuras.

Isso me faz pensar no Menino Maluquinho. Devo ter lido esse livro inúmeras vezes mais ou menos nessa época. Adorava o filme também. O ator que fazia o menino tinha tudo a ver com o que eu imaginava dele. A essência da infância. Penso nas inúmeras crianças que não tiveram direito a imaginação. Por nascerem em famílias desestruturadas, muitas vezes sem um figura paterna ou materna (ou até mesmo sem os dois), sem alguém que lhe dê o direito de criar suas aventuras imaginárias. E o outro extremo, crianças cuja imaginação foi substituída por jogos eletrônicos e a tecnologia.

Nunca acreditei que uma criança devesse ser muito limpinha. Não me refiro aos hábitos higiênicos, é claro, esses são até uma questão de saúde. Mas acho que toda criança deve ter terra nas unhas, joelhos e cotovelos ralados na areia. Uns arranhões são, no mínimo, indicadores de uma infância saudável. Minha mãe sempre diz que quando eu chegava em casa de criança a vontade dela era me colocar direto no tanque. Tive todos os privilégios de criança: brinquei na rua com minha amiga mais antiga e as vizinhas dela, brinquei de se esconder e se pegar com minha prima e nossos amigos no bairro em que minha vó nasceu, jogamos bola, andei de bicicleta e de patins, mexi na terra tudo o que tinha direito e mais um pouco, comia morango ainda com formigas, depois ainda tive meu querido coelhinho para ser mais um companheiro de aventuras.    

PS: A fotinho é de uma lembrancinha para uma das minhas companheiras de infância.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ansiedade



Eu sou tri ansiosa. Quero ver todas as coisas prontas o quanto antes. Em relação a quase tudo.

Hoje de manhã estava conversando com minha vó sobre árvores. As árvores têm que ser limpas. Eu não sabia disso. O tronco deve ser raspado e lavado para que os fungos e outros bichinhos do mal não matem a árvore. Eu já achei que era para sair limpando os  troncos das coitadinhas. Minha vó me explicou que não, que os troncos das árvores que produzem frutas cítricas devem ser lavados lá por abril. É que nem plantar. Quando eu tenho semente de alguma coisa já quero sair plantando. É claro que não é assim, é claro que cada item tem sua época. Gostaria que todas as pessoas de certa idade escrevessem livros com sua sabedoria, para que ela não se perdesse no tempo. E para que minha ansiedade em ver tudo resolvido não atropele nenhum ciclo.

Uma das coisas que tenho aprendido em relação à ansiedade é que ela vai contra a maior parte dos trabalhos manuais. Por exemplo, a capinha de almofada cuja foto publiquei no sábado. Ela é composta por 09 quadrados de 11,5 cm. Os quadrados são costurados em três fileiras, que depois serão unidas. Essa união de fileiras deve acontecer com muita calma, para que os quadrados fiquem precisamente um sobre o outro. Vocês não sabem o quanto é difícil uma pessoa sempre apressada aprender a se policiar para realizar todas estas etapas vagarosamente.

Para finalizar a capa, ontem bordei dois corações nela com um ponto que aprendi no sábado, o ponto atrás. Outro aspecto maldoso da ansiedade é que ela exige que tu faças algo bem feito, mesmo que seja feito pela primeira vez. Fiz, desfiz, olhei numa revista como ele era para dar uma relembrada e fiz de novo. Não ficou uau, mas a foto abaixo é do resultado final da minha capinha. Agora é só preenchê-la com algum recheio macio e está pronta.

Termino o post de hoje com o dia se despedindo. Infelizmente a foto só revela uma parte da beleza real do momento. Melhor imagem para terminar o dia calminha... 



domingo, 22 de janeiro de 2012

Busca


Não sei se vocês já comeram figo recém tirado da árvore... Se não, recomendo que um dia o façam. É uma delícia. O gosto docinho e fresco dele não tem comparação. Claro, como eu disse em outro post, é uma disputa com os passarinhos para quem consegue alcançar um figo maduro primeiro, mas é uma delícia. Acho que como uns oito ou dez figos numa só vez, de tão bom que é.

A uva faz muitos anos que não como recém tirada da parreira. Mas essas uvinhas bem simples, que nem a que aparece na foto, são muito deliciosas. Meu vô tinha uma parreira há Deus sabe quanto tempo, ainda lembro o cheiro dela nessa época. É delicioso. Bom, é só dar uma volta no Vale dos Vinhedos para senti-lo. E para mim não há melhor uva do que esta.



Falando em coisinhas gostosas, fiz uma aula de patch muito bacana esse sábado na Art & Tecidos. O que rendeu dela é a capinha de almofada que aparece aí em cima (ainda falta um bordadinho nela).

Lendo o Zero Hora deste domingo lembrei da aula. No início do caderno Donna há um pequeno artigo sobre um movimento na Europa baseado no Slow Food, mas a respeito da vida. Diz que as pessoas trabalham cada vez mais para consumir cada vez mais. Consequentemente, têm menos tempo livre e quase nada de auto conhecimento. Resultado: uma vida constantemente mais vazia. Esse movimento procura ir ao contrário disso, para que as pessoas consigam ser mais plenas com realizações que vão além dessa ganância crescente.

Procurar sentido em coisas diferentes, em atividades prazerosas vai a favor de nos conhecermos, de alcançarmos um equilíbrio. Busco pessoas, momentos, sons, sabores, pequenas regalias que trazem um imenso bem estar. Procure o que te faz bem. Raramente isto estará em uma bolsa de grife ou em um carro de luxo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Terapia das Galinhas

O dia é bonito lá fora. Penso nas pessoas que nunca puderam vê-lo. Esses dias estávamos conversando em casa sobre isso. Imagina tu nunca poder ver? Não conhecer o céu, o mar, as estrelas... E até o mais básico, não conhecer as cores, não ver as roupas na hora de se vestir, ou os sapatos... Eu sei, na vida há tantas coisas mais importantes para se ver do que as roupas ou os sapatos, mas eu imagino o básico do cotidiano, que nem me dou conta, o quanto seria difícil sem poder ver. Nem sei como entramos nesse assunto, mas fiquei pensando. Tantas coisas que eu amo fazer que precisam da visão. É claro, muitas pessoas conquistam sua independência apesar das dificuldades, mas de qualquer forma o mundo já é tão difícil para um ser humano dotado de todos seus sentidos, imagina o quanto é cruel para alguém que não consegue enxergar.

Por falar em visão, publico mais uma foto linda da Kassyane Lucena, de duas corujinhas em uma praia do nosso litoral norte. Além do trivial, é uma benção ter a visão para poder ver essas coisas.


Mudando um pouco de assunto, ontem me deu vontade de bordar. Uma das atividades mais terapêuticas é bordar na minha opinião. Acho que já escrevi isso aqui. De qualquer forma, experimentem no final de um dia estressante. Não só bordar ponto cruz tem uma margem de erro muito pequena (e qualquer coisa é fácil desfazer e refazer o ponto), como é suuuper fácil. E a concentração nos pontos é muito mais eficaz do que qualquer calmante. (Na verdade nunca tomei um calmante para ter um efeito comparativo, mas de qualquer forma é super relaxante). Comecei ontem essa toalhinha. Só que já passava das 21h00, então não passei das patinhas das galinhas. Adoro bordar galinhas. Na verdade o bicho é hilário, elas andam constantemente investigando algo (provavelmente a existência de minhocas na terra, mas se tu as observa, parece algo muito mais profundo do que isso) e têm bundas gordas e engraçadas. Adoraria ter uma galinha. Só é triste se elas forem que nem os nossos galos vizinhos nossos do passado, que não tinham uma boa regulação de horário e cacarejavam a todo momento. Acordava às 05h00 para ir para faculdade em Canela, uma escuridão medonha, e o bichos estavam cantando para o além. Enfim... Comecei no bordado e terminei nas galinhas. Acho que por hoje é só.   


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Another cliche...

Um amigo querido me contava sobre Berlim na noite de quinta feira passada, em uma espécie de bistrô muito bacana de Porto Alegre. Ele me contou sobre uma cena em particular de casais dançando em frente ao rio. Assim, numa rua, simplesmente dançando. Imagino o quanto isso proporciona leveza à alma. Ele descreveu Berlim como uma cidade bem organizada, possível de caminhar e andar de metrô a todo momento. Vi fotos de prédios baixinhos e ruas bem cuidadas. Inúmeros museus e passeios encantadores.

Nessa noite nós fomos no pequeno lugar que citei no início do post. Caminhamos e conversamos meio sem rumo em ruas bem lindas de Porto Alegre, com corredores de árvores  velhinhas e imensas. Vimos pelas janelas abertas interiores “engraçados” de alguns apartamentos e jardins maravilhosos e jurássicos. Chegamos neste pequeno estabelecimento no início do cheiro de chuva e fomos recebidos com pétalas de rosas pelo dono do lugar. Nem preciso dizer o quanto adorei.

O que vou escrever agora é mais um clichê. Sei que tenho escrito vários ultimamente. Mas penso que o ser humano busca constantemente a realização pessoal nos lugares errados. As pessoas adquirem dívidas homéricas para sustentar uma determinada imagem enquanto poderiam fazer as mesmas coisas sem tantas marcas famosas, sem tantos badulaques no carro, sem tanta produção. Elas se intoxicam buscando essa eterna “pseudo felicidade” prometida pelo glamour, buscam a solução para suas inquietudes em milhares de “pseudo amigos”, em uma vida social super badalada, em “olhem como sou poderoso, troco de carro a todo ano, tenho todas as últimas tecnologias, todos me conhecem”, em conversas superficiais nas redes sociais.

Felicidade é um conceito impessoal e intransferível, como uma senha bancária. Não é constante, ninguém é Pollyanna o tempo todo. Mas acho que é mais fácil buscá-la em pétalas de rosas, corredores de árvores e danças na beira do rio do que nos lugares onde a superficialidade impera.        

         
PS: Ando meio sem tempo de fazer trabalhos, então essa foto é de um pedacinho de felicidade diferente! That's all folks.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ritual com alma


Acho que, numa viagem, há coisas muito importantes de se visitar. Claro, essa noção de importância e prioridades em um lugar diferente varia conforme a pessoa. Mas há certos itens que considero super bacanas e primordiais de se conhecer. Um exemplo é a feira. Se o lugar tem uma feira, acho demais conhecê-la. Acho que muito da personalidade de uma cidade aparece na feira.

A foto que inicia o post é da feira de orgânicos de Santa Monica, na Califórnia. A feira é uma graça, acontece se não me engano toda terça e sábado pela manhã. Ela tem uma anarquia similar às nossas, com produtores falando em voz alta os preços e ofertas e clientes pechinchando valores. As pessoas circulam com seus carrinhos e sacolas ecológicas (em Santa Monica as sacolas plásticas são ilegais) enquanto provam queijos de vacas felizes, criadas da forma mais natural possível (e o queijo é delicioso, by the way, quase uma manteiguinha de tão cremoso), frutas, geleias, mel...


Ótimo perder-se em meio a cebolinhas, salsinhas, alfaces, caquis, brócolis, entre um milhão de outras frutas e verduras. E as flores, ai, tão lindas as flores... Algumas bem engraçadas, parecem pequenos repolhos esnobes. Sensacional. O que também é ótimo é que nas bancas há fotos e histórias das famílias produtoras. Ou seja, além de tudo é um programa com alma.

O ritual todo é muito feliz, as pessoas ficam circulando vagarosamente entre as banquinhas, divertindo-se entre as inúmeras possibilidades, imaginando cardápios e decorações. Ingredientes inusitados surgem nos carrinhos, como promessa de um prato que antes nunca foi preparado. Além do contato com o produtor, cheio de conhecimentos peculiares sobre um mundo completamente diferente. Um processo que vai contra todo o stress, correria e poluição sonora do cotidiano.

sábado, 14 de janeiro de 2012

About food!


Essa semana presenciei em alguns momentos de como as pessoas são mal educadas no que diz respeito ao desperdício de comida. Em momento de intensa seca no estado, há pessoas que abrem uma garrafa de 500ml de água e tomam um gole, todo o resto vai fora. Que enchem seu prato de comida e comem somente metade dele.

O avô do meu pai fugiu da Alemanha em uma época de fome e confusão. Morreu em função disso. A avó dele aprendeu a valorizar a nossa abundância de alimentos e não deixava meu pai sair da mesa enquanto não terminava seu prato. Ele conta que algumas vezes chegou a dormir em cima da mesa, mas ela não dava o braço a torcer.

No país em que vivemos, de tantos extremos, não me conformo quando vejo alguém jogando comida fora. Além da criação do meu pai, tenho avós com origens das colônias, que ganhavam a vida da terra, do alimento, e me ensinaram o valor dela. Este foi um dos ensinamentos mais valorosos que ganhei. Faço um apelo aqueles que são pais, que convivem com as crianças, ensinem seus filhos o valor da comida, a comer aos poucos, a conhecerem o que estão comendo, o benefício que cada coisinha trará para seu corpo e sua alma.



Agora sobre as fotos! A primeira foto é da figueira. Agora é época de figo, eles começam a aparecer. Eu adoro! E, como dizia meu vô, os "becca figgi" (ladrões de figo) também. Vários figuinhos que já estavam prontos para comer foram devorados pelos pássaros, mais rápidos que eu. É uma das minhas melhores lembranças, meu vô no fundo do lote mexendo o tacho enorme para fazer figada. Lembro até do cheiro quando penso nisso.

A segunda foto é do alho poró, remanejado pela minha vó para suas raízes ganharem espaço, e das salsinhas, que já estão a todo vapor. Bah, é um dos melhores cheiros possíveis, o da salsinha. Ela faz toda a diferença. E a última foto é das mudinhas do repolho, que também aparecem bem bonitinhas. Todos estão felizes com a chuva!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Bruschetta! And back soon...

Bruschetta. De acordo com a definição do Wikipédia, bruschetta é um pão torrado no forno com azeite de oliva e depois esfrega-se um alho em sua superfície. Um dia, enquanto eu ainda morava em São Paulo, Deus sabe porquê, resolvi fazer bruschetta. Fui com meu namorado numa padaria fofinha no bairro Bixiga e compramos um pão italiano, pão tipo uma baguete, só que mais gordinho no meio e mais seco. Dei um banho de azeite nas fatias do pão, piquei tomate e queijo e coloquei por cima. As fatias foram para o forno pré aquecido por uns 10 ou 15 minutos e depois receberam folhas de manjericão. Hoje em dia faço com pão integral. Acho que até combina mais o sabor do pão integral com queijo e tomate. Procuro usar tomate orgânico e troquei a mussarela da vaca pela mussarela da búfala, quando possível também orgânica. E nos últimos tempos tenho usado o manjericão da vó. Lanchinho pra lá de gostoso. Abaixo as etapas, o resultado final e a sobremesa da família! 







Encerro o post de hoje com uma novidade: comecei a trabalhar! Um bom presente para o início do ano. Essa semana irei me ausentar para fazer um treinamento, mas semana que vem estou de volta! Back soon...

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Mudar

A vida tem coisas engraçadas. I know, such a cliche again. Mas é verdade,  gente nunca faria algo até o momento que faz. Não me refiro a nada ilícito, of course, mas a coisas bastante simples. Por exemplo, estava lendo um matéria sobre ciclistas na revista de uma loja de eletrodomésticos (lugar improvável, I know). Ela conta a história de um publicitário de São Paulo que vendeu o carro e, no primeiro dia sem, resolveu pegar uma bicicleta da agência emprestada para voltar para casa. Depois disso, ele não comprou mais outro carro, mas sim uma bicicleta desmontável. Aí, quando chove, por exemplo, ele desmonta e entra num metrô, táxi, ou o que quer que seja. Chegou a conclusão que é mais tranquilo e economiza até R$ 700,00 por mês dessa forma. Achei o máximo.

A matéria ainda diz que a frota de veículos do Brasil dobrou de pouco tempo para cá, fala o que isso significa em termos de poluição e tals (significa muito, by the way) e problemas respiratórios para os moradores das grandes cidades (e das pequenas também, ontem vi no noticiário que Bento Gonçalves tem a maior frota em termos de carros por habitante do Rio Grande do Sul). Mas a minha intenção não é nem de falar sobre o problema que os carros geram, mas sim sobre a mudança na vida das pessoas.

Quantas vezes nos pegamos dizendo “Eu nunca faria, eu nunca comeria, eu nunca agiria dessa forma, eu não consigo.” Quantos nuncas... Até que fazemos, até que mudamos, até que aceitamos que nenhuma forma de radicalismo é saudável, que podemos sim mudar de atitude, que conseguimos fazer as coisas de outra forma. O ser humano possui essa maravilhosa capacidade de adaptação que, às vezes, deixa de usar por teimosia. Vejo meu pai, que “nunca” passava um domingo sem um rodízio de churrasco e hoje em dia não come mais carne vermelha. Minha mãe e uma querida amiga, aprenderam  a tomar café sem açúcar. As pessoas que perdem seus queridos, e aprendem a acordar no dia seguinte e seguir adiante. E tantas outras mudanças, voluntárias ou não. A gente aprende, a gente cresce, a gente fica mais feliz e mais saudável. E se não ficamos felizes, ficamos mais fortes, o que é fundamental para a construção da personalidade. E para um felicidade mais sólida.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Nice things about life

Bem, eu já mostrei meu super iogurte aqui e a minha calda também. Quando fiz a calda na última vez resolvi juntar os dois. Gostei do resultado, então ontem à noite fiz mais uma caldinha (com o acréscimo de framboesa – PS: para quem quer algo doce, a framboesa é uma boa aposta, ela é tri docinha e bonita). Ela ficou de repouso até hoje, quando a uni com iogurte. Para quem não leu o post do iogurte, pego um pote de iogurte natural light e misturo com uma colher (de sobremesa) razoavelmente generosa de mel (costumo usar o orgânico). Aí intercalo caldinha vermelha, iogurte, granola, caldinha vermelha, iogurte e granola. Faço três porções, mas para uma única porção tamanho americano é possível fazer mais camadas. Na verdade, acredito que eu seria capaz de honrar uma única porção, mas como as demais etapas do meu café da manhã também são muito importantes para mim, é melhor dividi-la em três partes.  



Acho que já disse que Gramado e Canela são alguns dos meus lugares favoritos no mundo... Se não disse, afirmo agora, tenho inúmeras lembranças tri queridas destas cidades. Como uma pequena homenagem a elas, uso o talento de Kassyane de Lucena revelado no lindo retrato abaixo.



To all, a lovely night.   

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Lunch time


Essa é uma das comidas que minha mãe faz que eu mais absolutamente adoro. Ela é um misto de duas receitas, da minha tia avó com nome de flor e de nossa amiga de Belo Horizonte, e o resultado ficou... Ai ai, uma das comidas que mais me faz feliz. Minha mãe faz um molho vermelho com frango picado (o molho leva cebola, alho poró, tomate, uma colher de molho de tomate e uma pitada de sal). Aí faz um purê de batata (pequena observação: purê é uma das comidas com mais variações de preparo e de nome, já notaram?) com batatas, é claro, um pouco de manteiga ou margarina e uma fatia de queijo. A montagem fica da seguinte forma: arroz numa lateral, o purê na outra lateral, o molho por cima do purê e um pouco de requeijão por cima de tudo (para economizar nas calorias, sempre usamos o light aqui em casa. Até porque o gosto é praticamente o mesmo). Just heaven em plena hora de almoço. E abaixo é a produção em massa de marmitas, para hoje e amanhã.


Para meu pai, a variação é arroz integral com o molhinho de frango, quase um risoto amigo. E no cantinho esquerdo, o que restou do molho, que provavelmente virará recheio de panqueca, e um arroz para um momento de necessidade. Ambos irão para o congelador.


Finalizo com a saladinha de frutas do dia. Na falta de amora no super mercado, hoje vamos experimentar essa frutinha rosa bonitinha, a framboesa. Que acho que nunca comi in natura. That's all folks!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Keep trying

Eu gosto muito de costurar à mão, muito mesmo, mas por alguma razão não é sempre que a máquina de costura e eu nos damos muito bem... Ontem foi minha segunda tentativa de costurar um coração na máquina de costura. O resultado final da experiência está aí embaixo:


Well, o jeito é continuar tentando... Mas o botãozinho é fofo não?! E os tecidos... Ai ai, coisa mais amada. Adoro tecidos e botões...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Primeiro post do ano!

Começo o ano com um vídeo que vi no site Casa da Chris e adorei.


Adoro feiras livres. Adoro a "anarquia" civilizada de uma feira, as cores, as provas de frutas, adoro as pessoas com sua sabedoria diferente, adoro as cenas simples de filhos ajudando seus pais, a simpatia das pessoas, adoro tudo isso. Espero que as gerações futuras tenham a sorte de conhecer as pessoas que nos alimentam da forma "humana" possível. Para quem nunca foi, vá a feira. Além de ser uma alegria, é uma das formas mais baratas de se comprar frutas e vegetais de qualidade.



Por falar em comida, sábado a noite estreei uma receita de bacalhau. Falhei um pouquinho no processo de dessalgamento dele, mas como foi a primeira vez que toquei num bacalhau cru, já era esperado. Ele precisa ficar umas três noites na geladeira com água e gelo, e esta água precisa ser trocada várias vezes. Tirando isso, o resultado final foi gostoso. Ele foi tostado na panela com alho e salsinha (de produção caseira essa última, fresquíssima) e depois levado ao forno para terminar de cozinhar. O espinafre, que havia sido um pouco refogado com uma cebola em fatias, vai para a panela do bacalhau com azeitonas. E a batata, fervida previamente, termina de ser cozinha nesta mesma panela. Então aproveitamos os gostinhos dos temperos em todos os acompanhamentos. Na receita original, o espinafre vira um purê no liquidificador, mas eu eliminei esta etapa e o servi picado grosseiramente. Ficou bem gostoso. Além disso, minha mãe fez o delicioso estrogonofe de camarão que havia feito no Natal e preparamos também a saladinha cuja foto está aí em cima.

Para a salada, piquei dois tomates em cubinhos e deixei umas duas horas no azeite de oliva. Confesso que não sei se faz diferença no gosto, mas deixei os dois se conhecendo de qualquer forma. Depois eles foram colocados em uma tigela com alface americano orgânico (excepcionalmente bonito, principalmente se considerarmos a seca dos últimos tempos). E por fim, já no prato, colocamos uma fatia de queijo brie levemente derretido. Esse queijo fica muito gostoso em saladas com alface. Comi essa salada num restaurante em Vila Madalena, em São Paulo, e adorei. Bem simples de ser repetida em casa.

Para o almoço de domingo já estava planejado que eu faria um risoto. Para diluir um pouco o sal do bacalhau que sobrou, meu pai cuidadosamente o desfiou. Piquei todos os ingredientes (olhem o resultado feliz na primeira foto do post) e fiz o risoto da forma que já ensinei aqui no blog há um tempo atrás. Risoto é uma das receitas mais interessantes, porque permite inúmeras possibilidades de combinação. E a maior parte delas pode ser encontrada na feira! Não acrescentei sal, então com o acréscimo do bacalhau ficou temperado bem no ponto que gostamos aqui em casa. De sobremesa, frutinhas vermelhas, kiwi e sorbet sem açúcar e gordura, para dar uma aliviada nas comilanças do dia anterior. It was delicious.

Finalizo com pequenas esperanças de ano novo. Espero neste ano que estréia ser uma pessoa um pouco melhor. Quero tentar pensar um pouco mais antes de falar. Julgar um pouco menos. Escutar mais do que falar (confesso que este será difícil). Dizer menos "eu". E espalhar coisas bonitas e felizes por aí... That's all folks.