sábado, 18 de fevereiro de 2012

Uva!

Andando até a praça na sexta algo me intriga: um aroma de uva toma conta do ar. Olho para o lado direito, para o lado esquerdo, para a frente. Ninguém comendo uva. Ninguém em posse do Pioneiro de quinta feira (cuja capa foi aromatizada com uva). Ninguém tomando suco. Será que o espírito da Festa da Uva tomou me faz imaginar coisas? O mistério permanece.

Chego na praça e dou de cara com o chafariz jorrando água roxa. Of course, vinho no chafariz! (Claro que eu sei que não é vinho de verdade, mas faz de conta que sim.) O cheiro não é bem bem de uva, na verdade me lembra aqueles batonzinhos antigos para crianças, que vinham numa embalagem plástica em formato de uva. De qualquer forma, uma delícia chegar na praça e divagar sobre essas questões. Quisera eu que a cidade sempre cheirasse a uva.

Uma delícia também foi assistir o desfile desse ano (na TV, disputar um espaço na Sinimbu não me inspira tanto assim). Apesar da decoração bem fraquinha na cidade, alegro-me em dizer que o desfile desse ano está surpreendentemente lindo! Representantes de vários bairros e distritos de Caxias marcaram sua presença, bem como o Coral Municipal, a Orquestra e a Companhia de Dança. Difícil dizer o que foi mais bonito. E sem nenhum momento relembrando (como foi feito exaustivamente no passado) a tristeza do imigrante. Não, somente a celebração, a colheita, a cocanha e o trabalho (até ele de forma artística e positiva). Um desfile com envolvimento da comunidade, super bonito e diferente, mas com essência. Adorei!


Por falar em questões culturais, tornei-me bairrista. Não sei quando aconteceu, mas de repente sentia uma imensa alegria em entrar no Zaffari, enquanto morava em São Paulo. Encontrar todas as marcas da minha terra (leite da Piá, produtos da Mumu, Santa clara...) enchiam meu coração de felicidade. Sentir cheirinho de alecrim, sálvia, salsa então... Quase me emocionava. Dizem que a maior parte dos CTG's (centro de tradições gauchescas) localizados fora do Rio Grande do Sul foram criados por pessoas que, quando moravam no estado, não seguiam esta cultura tradicionalista. Porém ao morarem em outro lugar acabaram sentido falta. Suponho que foi o que aconteceu comigo.

Hoje tive um almoço típico daqui, imensamente feliz. Um risoto de frango, feito com o arroz cozido em um molho de tomate e frango. Batatas cozidas com casca na água e depois fritas descascadas com sálvia. Queijo no forno. Alface e tomate temperados com vinagre cultural. Por fim, sagu. Troco qualquer banquete luxuoso por esta combinação. E, com fotos do meu almoço delicioso, me despeço.



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