Hoje de manhã estava assistindo Mais Você, um especial sobre o Japão. A Ana Maria estava enaltecendo a educação e os hábitos do povo japonês, que realmente são inspiradores. É engraçado de certa forma, temos o hábito de sempre engrandecer os costumes de outras culturas em detrimento dos nossos. É claro que é super válido observar tudo o que há de maravilhoso e positivo em outras nacionalidades, mas penso que podemos utilizá-los vez ou outra, em vez de falarmos que no Brasil as coisas não funcionam. Uma queridíssima amiga fala sobre uma situação super verdadeira: adolescentes de situação financeira privilegiada que saem da escola, passam um ano em Londres, por exemplo, lavando louça e limpando banheiros, e voltam dizendo que tiveram uma super lição de vida. Não estou desvalorizando essa experiência, acho que todos os que têm a oportunidade deveriam passar por ela. Mas o que é irônico é que, quando essas criaturas voltam para casa, não são capazes de lavar um prato de comida sequer. Vejo diversas famílias que querem proporcionar aos seus filhos tudo o que não tiveram, porém acabam criando pessoas que não sabem se virar, que não sabem dar valor as coisas, que precisam viajar para outro país sozinhos para perceberem que o lixo não se recolhe sozinho. Pessoas que acreditam que nasceram para serem servidas. O que quero dizer com tudo isso é: será que nós, brasileiros, que achamos tão lindos os costumes alheios, não poderíamos dar bom dia aqueles que cruzam nosso caminho? Pedir com licença, agradecer quem lhes presta um serviço? Vi um exemplo de cidadania maravilhoso no Globo Rural deste domingo, dois senhores na Amazônia que tornaram suas propriedades centros de proteção ambiental. Eles abriram mão de torná-las produtivas do ponto de vista financeiro para proteger o frágil equilíbrio do meio ambiente. Quer exemplo mais belo que este? E saiu aqui do Brasil. Acho que educação, cultura, cidadania e consciência podem estar em qualquer lugar, dependem mais das pessoas e da educação que elas passam adiante do que da localização geográfica. Neste dia das crianças, oh pais, em vez de somente dar presentes materiais aos seus filhos, lhes proporcionem algo maior, lhes ensinem a dar valor, a perceber que os presentes são frutos de seu trabalho, que eles devem ser bem cuidados para que não sejam desperdiçados a toa. Não basta dizer que o Brasil não tem jeito e não fazer nada a respeito nem sequer em casa, onde tudo depende somente de nós. Não é, senhor Sabiá?
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