segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Preservar

Fiz um paralelo meio estapafúrdio em minha mente hoje no final da tarde, caminhando de volta para casa. Há uma revista de distribuição gratuita no aeroporto de Congonhas que sempre traz matérias excelentes, a 29 horas. Nessa edição há uma particularmente boa, sobre um fotógrafo (o nome é Hélio, esqueci o sobrenome) que fez uma série registros de lugares e culturas ao redor do mundo que correm o risco de extinção em função do consumismo desenfreado do homem (que gera poluição, sujeira aos montes, desmatamento, deslocamento de tribos inteiras e desrespeito à sua forma de vida, entre outros danos). Ele criou essa exposição por duas razões: a primeira é que o homem crie consciência e consiga reverter a situação. A segunda, e não muito positiva, é que se realmente for instinto, haja um registro de que um dia existiu. E que as pessoas devem tomar conta de todo resto para que nada mais desapareça.

Hoje voltando para casa, ouvi um barulho familiar da infância, um metal batendo na madeira. Lembrei do velhinho da casquinha, que vendia as casquinhas preparadas pela sua mulher na saída das escolas, dia após dia. Mas ele morreu ano passado, então estarei eu tendo um deja vu? Quando chego mais perto percebo que é o neto dele que preserva sua memória e proporciona à nova geração de estudantes uma lembrança querida para ser cultivada no futuro. Afinal, quem não gosta de lembrar de histórias felizes da época de escola?

A relação bizarra que fiz em minha mente entre as duas situações descritas acima é sobre a importância da preservação. Do que quer que seja: ambiente, memórias, culturas, momentos singelos de infância. Todos eles fazem parte da história das pessoas e do mundo, em todos os âmbitos possíveis.

Encerro o post com a imagem de uma bolsinha que fiz para o aníver de minha mais antiga amiga. Minha primeira bolsa confeccionada sem supervisão! That's all folks.


Um comentário:

  1. Bia, já te falei que também sou super ligada nessas coisas de cheiro, clima, sons, que me trazem lembranças fortíssimas. Não sei se muitas pessoas das novas gerações terão esse tipo de sentimento, já que as coisas que os cercam não tem tanto significado, é tudo muito passageiro. Tenho somente 29 anos, e é incrível que as pessoas de uma geração abaixo (com 19 anos) já tem um perfil totalmente diferente. Em apenas 10 anos o mundo mudou demais. Exemplo: Lembro-me de ter que passar dias inteiros pesquisando nas bibliotecas da escola e na municipal para fazer os trabalhos escolares, e foi uma coisa que marcou porque tomava tempo, envolvia toda uma mudança de rotina, era mais uma oportunidade de se encontrar com os colegas etc. O que a nova geração vai lembrar de seus trabalhos escolares? - "Nossa, como era bom entrar em sites de busca, digitar uma palavra e rapidamente surgirem todos os resultados". Não estou criticando o progresso, a tecnologia, nada disso, até porque quem hoje em dia teria espaço para guardar uma coleção de enciclopédias em casa? (risos) Mas, tem um significado diferente; acho por ser tudo muito fácil, não marca, sabe?
    Você me fez lembrar do Baixinho, o senhor que vendeu doces para muitas gerações de estudantes da minha cidade natal (Vila Velha). Que saudades!
    Ah e sobre o outro post da bonequinha que não consegui comentar, quero uma também!
    Beijinhos!

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