quinta-feira, 8 de março de 2012

About women - Several women




Meu nome é uma homenagem a uma mulher cheia de força. Uma mulher que ficou viúva antes da hora, que conseguiu com elegância criar seus filhos, trabalhar com seus diversos idiomas, cozinhar, viajar, ser cosmopolita e dona de casa, e ensinar o neto a não sair da mesa antes de limpar o prato, dar valor para comida. E adorava as tartarugas.

Fui criada por duas mulheres fortes. Uma que mesmo com uma situação complexa em casa escolheu uma profissão em que lidava com essa mesma situação diariamente. Uma mulher de uma época em que as mulheres ficavam em casa e ainda assim pagou o terno do casamento do seu marido. Que criava seus filhos, cuidava da casa e, com tudo isso, conseguiu se realizar profissionalmente. Que me ensinou que não há nada de mal em construir um novo caminho, em optar por um plano B. E, entre mil outras coisas, que me ensinou a forma correta de bater manteiga na batedeira. Como plantar temperos. Como cuidar da horta e das árvores. Como costurar o ponto caseado. Como ver uma beleza imensa em tudo o que é natural.

A segunda mulher que me refiro acima consegue cuidar de todos. Coloca o bem estar de quem ama sempre a frente do seu. Ela me ensinou a ter sonhos e ir atrás deles. Ensinou-me a levantar dos tombos, a não ser fraca e desanimar diante das dificuldades. Ela me mostrou como procurar sempre o que é bom, a me desapegar do que é ruim. E também me mostrou como se fazer molho de tomate. A mulher em questão sempre me colocou para cima e me deu empurrões quando ameacei me acomodar. Ensinou-me que para cuidar do que é nosso é preciso mais carinho do que dinheiro.

Cresci brincando com duas gurias fortes, uma prima e uma amiga, que se tornaram mulheres corajosas, mulheres que tomaram decisões arriscadas em prol de seus objetivos. Convivo com outras mulheres fortes, que lutam diariamente para conseguirem se realizar, para alcançar seus sonhos, para fazer a si e a quem amam felizes. Vejo frequentemente mulheres que precisam vencer uma batalha por dia, que se transformam em 30 para cuidar do marido, dos filhos, dos pais, da casa, para sobreviverem a tudo que é desafio que aparece. Mulheres que, apesar de todas as dificuldades, ainda são vaidosas, ambiciosas, generosas, guerreiras. Que abrem mão de suas vontades para cuidarem de quem amam.

E também conheço outras que não fazem nada disso, que passam por cima dos outros, que ainda usam de artifícios imorais para conseguirem o que querem. Mulheres que se perderam em sua busca por dinheiro e posição, mulheres que não tem mais princípios, mulheres perdidas, que trocam o que realmente importa pelas suas ambições.

Enfim... Que não precise haver somente um dia para valorizar as pessoas que são boas, que aquelas que não são tão boas assim não sejam parabenizadas simplesmente por serem do gênero feminino. Mas que sempre hajam pequenas alegrias para aqueles que batalham diariamente. Feliz dia da mulher!

Encerro com um vídeo que já publiquei aqui, mas é de uma mulher linda e talentosa que não se vendeu por dinheiro nem foi escrava da aparência. Ela foi atriz, bailarina, ativista da Unicef e morreu lindamente enrugadinha, como deveria ser. Além dessa ser uma das versões mais queridas de Moon River. 


PS: Vi uma frase sensacional hoje na traseira de um carro, não podia deixar de mencionar: "Eu paro, tu paras, ele atravessa e nós evoluímos." Que assim seja!  

Um comentário:

  1. Fiquei sem palavras. Um dos textos mais lindos que já li. Parabéns pelo dia e por tudo, Bea! Vou dormir feliz com essa que é a minha versão favorita de Moon River.

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