sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Interação

Uma amiga minha acabou de me apresentar um blog muito bacana, o Bike is beautifil. Ela me enviou o link em função de um vídeo sobre o consumismo exacerbado e um texto muito bacana do dono do blog. Dei uma fuçada geral e achei outra postagem muito bacana, sobre NY. Sempre me perguntei como essa cidade é tão adaptada para quem anda a pé e de bicicleta. Não conheço muito do mundo de maneira geral, mas tenho uma ideia de que a maior parte dos lugares não é tão bike friendly quanto NY. Bom, ele me deu a explicação: o estabelecimento desta cidade como metrópole antes da explosão do fordismo. É claro que recentemente foram feitas várias adaptações, como a transformação de grande parte da Times Square em uma praça onde até o cigarro é proibido para melhorar a qualidade do ar. Mas a cidade já surgiu de forma diferente.

Não iniciei esse blog com o objetivo de falar sobre o meio ambiente ou qualquer outro tipo de consciência, até porque não tenho nenhum embasamento real para escrever com objetividade sobre essas questões. Mas este ano de "ócio criativo" me proporcionou a oportunidade de observar tantas coisas, que me fizeram tanto perder quanto ganhar fé na humanidade, que eu não consigo ficar quieta.

40.610 pessoas morreram em acidentes de carro, segundo o Ministério da Saúde, em 2010. Enquanto isso, cada vez mais percebo em ruas extremamente movimentadas pessoas dirigindo sem a mínima responsabilidade. Cada vez menos motoristas sinalizam a direção que irão, cada vez mais a faixa de segurança é desrespeitada. Devido a intolerância violenta de muitas pessoas acabo ficando quieta, mas mentalmente fico tão indignada com isso tudo. As cidades são somente para os motoristas que trocam seus carros anualmente, conforme uma nova tecnologia que chega, que entopem as ruas e sujam o ar da cidade. E as crianças? E os idosos? E aqueles que precisam de auxílio? E aqueles que, como eu, são abençoados por não ter nenhuma dificuldade de mobilidade, mas ainda assim querem ter o direito de andar sem correr risco de vida em cada esquina? Até para estes é difícil competir com quem está sobre duas ou quatro rodas, imagina para quem não tem tanta facilidade de locomoção.

Enfim... Eu sei que o carro é necessário em várias situações. Ele traz conforto e segurança, mas acho que é um meio de transporte, deve ser tratado como tal. A glamourização, a arrogância e a falta de respeito demonstrada por alguns motoristas (é claro que não é uma generalização) é deprimente e representa um tremendo atraso da sociedade. Deve haver uma maneira de interação pacífica, não é possível que um mundo capaz de tantas inovações não consiga um denominador comum para essa situação.

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