segunda-feira, 19 de março de 2012

Ah, o mar!


Eu lembro da primeira vez que vi o mar. Era totalmente diferente do que eu imaginava. Eu disse “ah, o mar!”. O mar era salgado e divertido. Meu pai me levava com ele para o fundo e me lançava contra as ondas. Eu adorava. Eu já fazia natação essa época, então achava o mar divertidíssimo, porque era uma piscina com ondas.

Nessa primeira vez que fomos para Torres, a última praia do nosso litoral, estreiei na casquinha de siri. Não gostei e passei o resto da viagem comendo torrada, para a frustração de meu pai (torrada é misto quente, para quem não é do Sul). Na segunda vez experimentei de novo. Bah, amei! Lamentei profundamente ter esnobado a casquinha na viagem anterior. Passei a viagem toda mandando ver na casquinha de siri.

Aliás, Torres tem excelentes opções de frutos do mar. Ficávamos em um hotel que tinha um restaurante amazing embaixo. E uma corujinha que se escondia em um buraquinho entre dois tijolos. Havia outro restaurante que fica na beira do rio Mampituba, eu não lembro o nome dele porque chamávamos pelo nome do rio, que barbaridade... Os peixes e frutos do mar deles eram absurdamente deliciosos.

Em frente a esse restaurante havia uma ponte, sobre o rio Manpituba. E do outro lado da ponte já é Santa Catarina. Não consigo descrever o quanto eu achava o máximo cruzar essa ponte. Na cabeça de uma criança é sensacional estar em um Estado, cruzar a ponte e estar em outro Estado. Simplesmente demais.

Torres também tinha a Prainha. Do outro lado do Parque da Guarita. Que é belíssimo, aliás. A prainha costumava ser uma praia bem agradável. Não sei como estará agora. Ela é pequena (pelo nome já dá para deduzir, I know) e bem cheia de natureza. E para chegar nela se passa por uma parede de pedras com ofertas à alguma Nossa Senhora (não lembro qual, perdão Nossa Senhora) por graças alcançadas. Sempre achei esse conceito o máximo, de agradecer a Santinha oferecendo algo à ela. É quase como levar uma flor para o anfitrião.

Quando voltávamos da praia, estacionado numa esquina, sempre tinha um furgão que vendia sonho. Bah, era o “the best” sonho ever. Depois de uma tarde na praia, verdes de fome, o sonho era uma amostra do paraíso. E na outra esquina havia uma banquinha de revista que era um baratinho, tinha todo um mundo além das revistas.

Na praia tínhamos o hábito, meu pai e eu, de cavarmos um buraco enorme na areia e, com toda a areia do buraco, fazer um castelão. Era o máximo.

Às vezes íamos numa pastelaria bem perto ao hotel, em frente à Lagoa do Violão. O pastel de camarão de lá era uma obra de arte. E esqueci de falar da Maquiné, na estrada, onde parávamos para comprar biscoitos de polvilho e broinhas para os lanches ao longo do dia.   

Nem sei porque lembrei de tudo isso, mas às vezes momentos bacanas vêm em mente do nada. Acho que para nos lembrar que a vida é boa na maior parte do tempo.

Aproveitando o clima feliz, inicio o post com uma foto de uma coelha em construção e encerro com foto de pré páscoa! That's all folks! 

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