sexta-feira, 20 de julho de 2012

Momentos de amizade


Bah, nunca tinha enrolado negrinhos na vida. Nos últimos tempos o negrinho ganhou um super status, mas na verdade ele e o branquinho sempre foram os melhores docinhos. Quando eu era criança, sempre que minha mãe tirava férias comigo em julho, a gente fazia negrinho de microondas e comia de colher. Dá para acreditar? A gente comia praticamente tudo! Divertidíssimo e docíssimo, hoje eu não aguentaria tudo isso numa vezada só. Mas era um ritual de férias sensacional. E o negrinho é absolutamente delicioso.

Ontem fiz negrinho e à noite enrolei as bolinhas com minha mãe. Hoje eles serão docinhos de dia do amigo. Eu gosto dessas datas. Podem ser comerciais, ou receberem qualquer outro adjetivo não muito simpático, mas adoro uma desculpa para dar feliz dia de alguma coisa para alguém. Sou praticamente um ursinho carinhoso nesse aspecto.

Ontem, sentada no banco do supermercado, um senhor bem velhinho começou a conversar comigo. As pessoas jovens não têm esse dom, crio eu, de maneira geral. De simplesmente conversar com alguém que senta ao teu lado num banco. Não todos, é claro, mas a maior parte. Falamos de educação, ou melhor, da falta dela, porque alguém havia abandonado uma lata de refrigerante no banco, supondo que fosse obrigação de outra pessoa jogá-la no lixo. Ele me contou que estava com a esposa e a filha, elas compravam o "rancho" e ele somente pagaria por ele. Pediu de que família eu era. Hábito de outros tempos. O senhor em questão conhecia meu vô. Mora nas redondezas. Lembrei do meu vô, quando eu era criança, parando mil vezes na rua para conversar com os conhecidos. Os velhinhos gostam de conversar. Acho que é uma das vantagens da idade. Muitas histórias para contar e bastante tempo para compartilhá-las. Consigo ainda escutar minha vó dizendo para ele "onde tu estava, o almoço já está pronto!".

Eu gosto de conversar. Tenho uma amiga há vinte anos. Literalmente, vinte anos. Quando estávamos na escola, todo dia depois da aula ficávamos pelo menos uma hora conversando no telefone. Ainda nos encontrávamos depois da ligação, quase todo dia. Lembro com carinho do meu segundo ano, eu fazia aula de guitarra na sexta feira, depois minhas três amigas de coração da época (e de hoje também) de escola me buscavam e íamos num café ali perto comer e conversar. Éramos muito boas nisso. Em comer e conversar. Aliás, somos até hoje. Momentos do coração, todos esses. O negrinho com minha mãe, meu vô conversando na rua, as gurias me buscando na guitarra... Momentos do coração.

Um comentário:

  1. Bia, o que você chama de negrinhos são os mesmos docinhos de chocolate que a gente chama de brigadeiros? Que legais as diferenças de um estado para o outro né? Ah, adoro o jeito que você fala: "Bah"! Beijos.

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