quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Comida e infância

Li na Vida Simples desse mês uma matéria sensacional chamada Nos Tempos de Criança. O texto de Elenice Lombardo conta memórias gastronômicas de várias pessoas e o quanto elas foram significativas em suas infâncias. A revista menciona também a escritora Edith M. Elek, que relata no livro Céu da Boca - Lembranças de Refeições da Infância como é importante a relação com comida na infância das pessoas. É impressionante o significado que as pessoas fazem com os alimentos, os aromas, os sentimentos, as emoções e a memória. Como a comida interfere na história e cultura de um indivíduo. A entrevista com a escritora pode ser lida no link Entrevista Edith.


Acho que vocês cansam de ler sobre minhas memórias gastronômicas. Acho que passei bastante tempo sem pensar muito nelas, então agora elas vieram a tona com força total. Uma delas, muito engraçada, é do meu vô. Ele tinha um Fusquinha branco. Com esse Fusquinha, ele costumava visitar de tempos em tempos a sua família na colônia. Nessas ocasiões, o Fusquinha vinha lotado com tudo que era possível colocar no curto espaço de um Fusquinha. Meu vô trazia uva, vinho doce, potes imensos de mel, estrume para adubar a horta, pinhão e pinhas inteiras, queijo, salame, entre outras coisas engraçadas. O queijo da colônia é muito bom, tem um cheiro medonho de chulé, mas é delicioso. Ele colocava no seu escritório, pendurava as pernas de salame no teto (nunca entendi porque chamamos o salame inteiro de perna) junto com seus outros penduricalhos (cenouras, ferramentas, todo um mundo de coisas). Durante o dia comíamos vários pedacinhos desses queijos. Bah, deliciosos... Gostaria de ter uma foto disso, não consigo descrever o quanto era sensacional.

Se alguém tiver memórias gastronômicas da infância, compartilhem comigo, eu absolutamente adoro essas histórias.

Despeço me hoje com uma fotinho do meu mais recente projetinho. Enjoy the day!

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