quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Farra dos sentidos

Hoje está um daqueles dias absurdamente lindos e divinos, que, para aqueles que como eu têm possibilidade de aproveitá-lo, é pecado ficar em frente ao computador. Então meu post hoje será com pedaços da crônica que a Martha Medeiros escreveu para o Donna no domingo passado. De tempos em tempos tropeço em algo que eu adoraria ter escrito. Quem sabe um dia. Este texto é um deles. Abaixo seguem alguns trechinhos particularmente brilhantes. Seu nome é a Farra dos Sentidos.

"Em tempos de deslumbre com a tecnologia, de consumismo descontrolado e da cultura do descartável, vale lembrar que o que nos dá conteúdo, de fato, é a valorização dos sentidos. Estar bem informado e bem sintonizado com as tendências do nosso tempo é importante, mas há diferença entre o que é importante e o que é vital. Vital é o sentir, mais do que o pensar.

Qual o sentido da vida? Que graça tem armazenar um milhão de "amigos" numa rede virtual, se envaidecer da própria conta bancária, buscar beleza em centros cirúrgicos, investir apenas no que é útil é rentável - ou então no supérfluo que dá status?

Qual o sentido de acordar de manhã sem paz de espírito, caminhar por uma casa que não sorri de volta, passar o dia em frente ao computador sem olhar uma única vez pro céu? Qual o sentido de correr tantos riscos (violência, desamor, frustração, doenças) se não se tem uma vida interior protegida da miséria existencial?

O sentido está nos sentidos. Nada mais óbvio nem mais bonito."

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